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* Por Walter Tamaki

Um processo de reestruturação significa uma mudança profunda e traumática para qualquer empresa, principalmente para fundador(es) e sócio(s). Podemos fazer uma analogia (para dramatizar adequadamente) com a decisão de amputar o braço de uma jovem.

O modelo de Kluber Ross é adequado para que possamos compreender como psicologicamente a maioria das pessoas lidaria com este fato:

1º Negação e isolamento: “Não, isso não pode estar certo.”
2º Raiva: “Por que eu? Não é justo!”
3º Negociação e diálogo: “Quanto tempo posso adiar essa amputação?”
4º Depressão: “Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer outra coisa?”
5º Aceitação: “A vida continua “

Não existe outra maneira de se entender este processo senão como um sentimento de perda. Quando perdemos um filho, por exemplo, choramos não só pela sua morte, mas por todo investimento físico e emocional,  pelos anos de amor, de carinho, de dedicação, de noites sem dormir e por todos os sonhos e esperanças que o futuro lhe reservava.

Compreendendo este momento traumático pelo qual todos estamos sujeitos, o que podemos esperar da reação do empresário?

No caso da jovem, é compreensível que, num primeiro momento ela se negue a se submeter à amputação. Da mesma forma, o empresário dificilmente aceitará a necessidade de cortes, desinvestimentos, suspensão de projetos, etc.

Na fase seguinte (raiva), ele poderia ser tomado pelo inconformismo: “Por que isso? Como é que estamos nessa situação? Por que demoramos tanto a perceber?”. Buscando, ao mesmo tempo, alguém para culpar: governo, país, impostos, sindicatos, funcionários, etc.

Em todo este processo, os mecanismos de defesa poderão ofuscar, iludir, distrair,  evitando e/ou impedindo que mudanças sejam implementadas.

É um processo que suga a energia da empresa e do empresário, uma sangria lenta, mas contínua, que, se não levar a óbito/falência, irá exaurir muito dos recursos que seriam imprescindíveis para que a empresa se reerguesse.

Esta ênfase no aspecto psicológico se justifica uma vez que, objetivamente, o que precisa ser feito não é nada mais que o tratamento conhecido (e lógico).

O que fazer então?

– Cerque-se de pessoas firmes, positivas e dos melhores profissionais;
– Conscientize-se da importância da ação, seja um tratamento de saúde ou uma reestruturação empresarial;
– No caso da reestruturação, contrate uma auditoria, busque uma avaliação bem fundamentada da situação de sua empresa, procurando saber se está evoluindo ou regredindo.

Quanto antes percebermos alguma anomalia, mais fácil (e bem sucedido) será o processo.

* Walter Tamaki é sócio consultor da Ventana Capital, especializada em gestão, renegociação, assessoria em M&A e reestruturação de empresas. Possui graduação em Administração de Empresas com ênfase em Finanças e Produção, mestrado pela FGV e MBA Internacional pelo ONEMBA FGV. Tem vasta experiência em gestão e recuperação de empresas adquirida e profundos conhecimentos em planejamento estratégico, societário e tributário. www.ventanacapital.com.br

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Por José Carlos Ignácio *

A compra de uma empresa deve ser minuciosamente planejada, executada de forma organizada, sem esquecer nenhum aspecto ou procedimento preventivo que evite prejuízos ou tensões posteriores.
Inicialmente, o ramo de atividade e as características devem ser selecionados conforme a experiência e expertise do comprador, para que o futuro proprietário não se sinta um estranho no ninho. Em resumo: a área e o fato de ser uma indústria, comércio ou outro tipo de atuação não devem significar novidades para o comprador.

A avaliação da empresa-alvo deve ser feita considerando-se critérios técnicos, baseados na expectativa de lucros, e não baseada em chavões de mercado como praxe (número de vezes o faturamento ) ou valor patrimonial, infelizmente ainda bastante comuns.

Além disso, o valor da corporação, na visão de quem está comprando, nunca será a mesma que aquela apurada na visão de quem está vendendo. Isto ocorre porque a correção de deficiências da gestão vendedora e o aproveitamento de oportunidades existentes devem ser considerados apenas pelo comprador, e não pelo vendedor, o qual teria dificuldades de justificar um preço tão alto.
Como costumo dizer: os pontos fortes da empresa avaliada já estão no preço, sendo a correção dos pontos fracos a forma do comprador otimizar o investimento.

Baseado em uma avaliação confiável e seguro do potencial a ser explorado, o comprador deve saber identificar e aproveitar os seus trunfos de negociação, tais como: capacidade de pagamento e fidedignidade, entre outros. Há que se destacar aqui a importância de se enxergar as condições do vendedor, fazendo a leitura do seu perfil de negociador e descobrindo as verdadeiras razões da venda. Tais análises permitirão deduzir a quais aspectos da proposta de compra (valor, prazo, garantia, entre outros ) o vendedor é mais sensível.

Uma vez negociado o valor, o comprador não deve abrir mão da auditoria (ou diligência) de aquisição, a qual, além das verificações de uma auditoria de praxe, tais como exatidão dos valores contábeis e apuração de contingencias fiscais e trabalhistas, deve também verificar a veracidade de informações operacionais relevantes fornecidas pelo vendedor. Entre elas, as características dos principais colaboradores, fidelidade de clientes, relacionamento com fornecedores e vários outros.

Várias negociações já tiveram seus valores reduzidos em função da auditoria, a qual, quando bem realizada, pode identificar problemas relevantes que podem significar reduções do valor final do negócio.

Finalmente, uma aquisição de empresa bem feita não pode prescindir de uma formalização adequada, que deve conter, de forma clara e objetiva, o ressarcimento de todo e qualquer passivo que apareça após a venda e que seja responsabilidade do vendedor.  Além disso, a formalização deve garantir que o vendedor não atue como concorrente por um número de anos pré-negociado, normalmente de 5 anos. Trata-se da famosa “cláusula de não concorrência”.

Os procedimentos descritos acima, os quais não esgotam o assunto, representam passos obrigatórios para atingir excelentes ganhos e realizações, evitando que a compra de uma empresa transforme se em um péssimo negócio.

* Autor: José Carlos Ignácio é sócio-fundador da JCI Acquistion, formado em Administração de Empresas, e possui MBA e Pós Graduação. É também palestrante e já participou de processos de Fusão e Aquisição e de Relacionamento de Sócios em diversas empresas no Brasil. Site: www.jciconsultoria.com.br – Email: jci@jciconsultoria.com.br

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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