Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas – CSMIA
Balanço e Perspectivas Câmaras Abimaq | Por em 11 de novembro de 2009
Presidente: Celso Casale
Trace um panorama sobre o setor em 2009, inclusive com perspectivas para o fechamento do ano.
Neste ano, conforme mostram os números, estimamos uma queda de faturamento perante 2008 da ordem de 42%.
E como o segmento se comportará em 2010?
Esperamos que em 2010 o setor tenha um crescimento médio em vendas de 15% a 20% sobre este ano. Isso não significa que será uma maravilha, pois a base de comparação é fraca. Para um aumento maior o câmbio teria que se tornar mais favorável para a exportação e com isso o produtor melhoraria suas margens e poderia investir mais. Porém, é difícil que aconteça em 2010.
Sabemos que 2008 foi ano excelente para a indústria. Quando o Sr. imagina que o setor retorne aos níveis daquele ano?
Acredito que demore um pouco para acontecer porque dependerá das políticas cambial e agrícola para favorecer mais a mecanização. Também existe o problema dos que renegociaram suas dívidas e estão sem crédito bancário para novos investimentos, o que contribui negativamente para aumento das vendas.
Até que ponto a crise econômica mundial afetou o segmento?
Nosso setor foi afetado como a maioria dos setores produtivos devido à indisponibilidade de crédito para fazer investimentos.
Fale sobre a competitividade do setor nos mercados interno e externo.
O setor de máquinas e implementos agrícolas brasileiro é muito desenvolvido e competitivo da porta da fábrica para dentro. Se assim não fosse, já teria acabado, uma vez que não temos isonomia com a concorrência externa em termos de impostos. Outro fator de peso é fato de pagarmos o aço mais caro do mundo, embora sejamos o maior produtor de minério de ferro do mundo.
Qual o maior problema enfrentado pelo setor hoje?
Diria que são dois grandes problemas para toda a indústria de máquinas e equipamentos deste país: direta e indiretamente, o real forte e os impostos elevados sobre bens de produção.
Quais as soluções que a câmara busca para solucionar esse problema?
Sobre esses problemas, não temos muito que fazer, além de conversar com frequência com parlamentares e ministros, mostrando a realidade do setor e pedindo, principalmente, isonomia em termos de impostos em relação aos concorrentes estrangeiros e também para que nossos produtores tenham acesso a máquinas mais baratas.
Quais os próximos passos para sustentação do segmento?
O que temos feito são ações no sentido de fortalecer mais o setor, procurando abrir mercados no exterior, trabalhando em conjunto com parlamentares da comissão de agricultura do congresso em prol do setor agropecuário. Em 24 de outubro de 2009, promovemos o Seminário de Planejamento Estratégico 2010 para toda indústria de máquinas e implementos agrícolas do Brasil, independente de ser ou não associada da Abimaq. O objetivo foi ajudar as empresas a se preparar melhor para o futuro, tratando, inclusive, dos temas responsabilidade socioambiental e inovação e competitividade.
O que tem sido feito para fomentar esse setor?
Temos conseguido linhas de crédito especiais com o BNDES e participado ativamente do programa Mais Alimentos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, MDA, para venda de nossos produtos e assim contribuir com a modernização do campo.
No tocante a novas políticas e a regulamentação para o setor, o que tem sido feito?
As principais políticas hoje são voltadas ao melhoramento do crédito ao produtor rural, em especial o agricultor familiar com a criação do Programa Mais Alimentos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, e mais recentemente o Programa BNDES-PSI, que beneficia médios e grandes produtores rurais que querem se modernizar e elevar consequentemente sua produtividade.
Comente o que mais considerar pertinente sobre o setor.
Estamos trabalhando forte para unir o setor de máquinas e implementos agrícolas. É importante que esse segmento industrial, genuinamente nacional, esteja unido e fortalecido para enfrentar os desafios produtivos e econômicos. Nossas ações têm se estruturado na divulgação de boletins informativos mensais sobre as ações da câmara. Temos o Seminário de Planejamento Estratégico realizado anualmente para que os empresários do setor consigam planejar e estudar estratégias de ação para o ano seguinte. E como uma forma de consolidar essas iniciativas, a câmara pretende realizar o 1º Congresso da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas em 2011.