Defasagem na mão de obra abre cada vez mais espaço para robôs colaborativos na indústria
Análise,Perspectivas,Tecnologia | Por em 22 de julho de 2019
Um relatório divulgado pelo U.S. Bureau of Labor Statistcs reacendeu o debate sobre a necessidade de automação nas indústrias. Pela primeira vez na história, o número de postos de trabalho superou a quantidade de trabalhadores capacitados para preencherem as vagas, o que acarreta uma significativa perda de produtividade.
A crise é mais latente na área de soldagem – que, quando somada a área mecânica, responde por cerca de 50% das vagas na manufatura do país. Os principais entraves residem na pouca qualificação somada à avançada idade média dos trabalhadores (55 anos), o que criará um gap ainda maior nos próximos dez anos. Segundo pesquisa da Society of Manufacturing Engineers (SME) and the National Association of Manufacturers (NAM), 89% das empresas no país relatam dificuldade em encontrar mão de obra qualificada.
Além de Estados Unidos, Canadá e países da Europa, esse contexto também é uma realidade no Brasil que sofre com a falta de qualificação da mão-de-obra, sobretudo longe dos grandes centros. “Ensinar uma pessoa a soldar é caro e leva muito tempo até que se atinja uma qualidade satisfatória. Somente alguns grandes centros possuem escolas técnicas com essa estrutura, então as empresas são obrigadas a assumir a responsabilidade de treinar seus funcionários e arcar com esses custos. Fora dos grandes centros, existe uma enorme dificuldade em contratar esses profissionais”, explica Marcio Mininel, gerente geral da Cobots Automação e especialista em soldagem robotizada.
De acordo com Miniel, em indústrias do Rio Grande do Sul, por exemplo, onde a agroindústria é bem pulverizada, empresas fabricantes de pequenos tratores e implementos agrícolas do interior do estado não conseguem atrair soldadores devido aos salários menores e por isso são obrigados a treinar novos soldadores. No entanto, quando estes ficam experientes e qualificados, acabam migrando para os grandes centros em busca de melhores condições salariais e deixam os empresários sem soldadores.
Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.
Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.