Visite o site da P&S Visite o site do Radar Industrial Visite o site da Banas Ir para página inicial RSS

0

Os rumos da indústria no Brasil

Por Nara Faria

A indústria brasileira sentiu os efeitos da crise internacional em 2009. Logo em seguida, percebeu a alavancagem causada pelo período de recuperação pós-crise, período que, de acordo com os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), resultou no aumento no faturamento na indústria em 11,9% nos sete primeiros meses deste ano, se comparado com o mesmo período de 2009.
Após a fase de recuperação, chegou o momento em que o país terá de encontrar o equilíbrio econômico para dar continuidade ao desenvolvimento. Para isso, o setor espera por medidas de incentivo, como a redução de impostos, taxas, controle cambial, incentivos à instalação de novas indústrias e à exportação, fatores que interferem no desenvolvimento do setor no país.

Para dar a sua opinião sobre os caminhos da indústria diante deste cenário, a Revista P&S entrevistou com exclusividade o analista de Políticas e Indústria, da Unidade de Política Econômica (PEC) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo de Ávila. O especialista faz uma análise dos recentes dados e dá um panorama da atual situação econômica do país e das estratégias para os próximos anos.

De acordo com dados publicados pela CNI, o faturamento da indústria iniciou o segundo semestre em alta, com um crescimento de 3,6% de junho para julho e avançou 11,4% nos sete primeiros meses deste ano contra igual período de 2009. Como você avalia esses dados?

Tivemos um primeiro trimestre de intensa atividade, por conta de medidas anticrise, como as desonerações tributárias. O mês de março – último mês de vigência da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) – foi, de fato, um mês além do normal em termos de produção e vendas na indústria, justamente pela antecipação de consumo. Após o mês de março, a atividade industrial perdeu ritmo e acredito que a indústria voltará a crescer, mesmo que em ritmo inferior ao registrado no primeiro trimestre do ano.

Mesmo com a retomada da produção, a utilização da capacidade instalada recuou pelo terceiro mês consecutivo. Você poderia explicar esse fato? Como o cenário deverá ficar para os próximos meses?

Logo após a forte queda da produção industrial no final de 2008, os investimentos começaram a retomar o crescimento. Esse movimento se deu de forma rápida e contínua: a produção de bens de capital, setor que oferta bens para fins de investimento, cresceu de abril de 2009 a maio de 2010 de forma ininterrupta. Assim, no segundo trimestre de 2010, mesmo com a acomodação da atividade industrial, os investimento cresceram 26,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Essa foi a maior taxa de expansão em 14 anos. Parte desses investimentos está maturando, o que amplia a capacidade produtiva da indústria. Nesse sentido, acredito que a utilização da capacidade instalada deverá flutuar entre 82% e 83% nos próximos meses, o que não resulta em descompasso entre demanda e oferta de produtos industriais.

Os setores que se destacaram pelo maior ritmo de crescimento em julho foram o de veículos automotores, material eletrônico e de comunicação, máquinas e materiais elétricos, máquinas e equipamentos, produtos de metal e química, outros equipamentos de transporte e minerais não-metálicos, o que demonstra um aumento não somente de bens intermediários, mas também de bens duráveis. Em sua opinião, essa constatação é positiva para ambos os setores?

A recuperação da atividade industrial ocorre de forma diferenciada de setor para setor. Os setores que ofertam bens duráveis foram os que sentiram primeiro – e de forma mais intensa – a crise internacional, justamente pela falta de crédito. Assim, quando olhamos os números de 2010, as taxas de crescimento de dois dígitos desses setores podem impressionar, mas ocorrem também por se darem em uma base de comparação muito baixa, pois a queda da atividade nesses setores também foi mais intensa no final de 2008. Os setores que ofertam bens intermediários estão se recuperando bem na esteira dos setores de bens duráveis, ou de construção civil, no caso de minerais não-metálicos. Acredito que entre o terceiro e quarto trimestres desse ano, a recuperação setorial estará mais homogênea e já superando o patamar pré-crise, ou seja, setembro de 2008.

Quer conferir a entrevista completa? Acesse a edição online da Revista P&S edição 430 pelo site: www.ps.com.br ou solicite um PDF pelo e-mail nara.faria@banas.com.br

TAGS:

BUSCA

CATEGORIAS

SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

ARQUIVO

Sem comentários no post Confira trechos da entrevista com o analista de Políticas e Indústria da CNI, Marcelo de Ávila, publicada na Revista P&S

Deixe seu recado:

Nome: Obrigatório

E-mail: Obrigatório (Não será publicado)

Website:

Texto: Você pode usar tags XHTML

exportação #revistaps importação IBGE Perspectivas Oportunidade PIB CNI máquina Revista P&S Evento Pesquisa inovação Feira Internacional da Mecânica Meio Ambiente Industrial Artigo FIESP Investimento meio ambiente sustentabilidade Lançamento máquinas e equipamentos mercado Economia Feimafe tecnologia Feira indústria Site P&S Radar Industrial