Certificação alavanca faturamento? O case da Metalcoop
Investimento | Por em 17 de julho de 2009

Certificação ISO 9001 foi concedida em 2004 pelo IQA (Foto: Divulgação)
Longe de mim “vender” a ideia de que um certificado pode trazer mais faturamento. Essa avaliação cabe aos especialistas. No entanto, acho mais do que válido divulgar cases que comprovam que alguns procedimentos podem, sim, fazer a diferença.
A Metalcoop (Cooperativa de Produção Industrial de Trabalhadores em Conformação de Metais) atua no segmento de forjaria e adotou há cinco anos sistema de gestão da qualidade e investiu na Certificação ISO 9001:2000, por meio do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva). Desde então, a empresa sediada em Salto, SP, viu suas vendas crescer. Só em 2004, quando obteve a certificação, a empresa viu o faturamento aumentar 300%.
Criada em 2002 por ex-funcionários da Picchi S/A Indústria Metalúrgica, a Metalcoop contou inicialmente com a força de vontade de 88 colaboradores. “Enquanto uma equipe conduzia as negociações, outra buscava relações comerciais, capazes de manter vivo e forte o desejo de ingressar no mercado em novo formato de administração, permeada na gestão participativa do negócio por todos os sócios”, conta Cláudio Domingos da Silva, diretor-presidente do Conselho de Administração da Metalcoop.
No começo, a cooperativa atendeu fabricantes de correntes transportadoras, utilizadas em usinas processadoras da cana-de-açúcar. “Com a forjaria bem estruturada e experiência em metais, a empresa almejava o mercado de autopeças, mas este exigia a certificação ISO 9001”, lembra Silva. Para isso, a Metalcoop investiu no Programa de Apoio a Fornecedores do Sindipeças, desenvolvido junto com o IQA e voltado a pequenos fornecedores.
Para adequar seus processos, a cooperativa contratou uma consultoria e implantou um sistema de gestão da qualidade, que abrangia a manutenção periódica de máquinas e equipamentos, formação de auditores internos e analistas da qualidade, além do trabalho de conscientização dos funcionários sobre qualidade. “Conquistamos a certificação do IQA e em menos de seis meses ingressamos como fabricante de autopeças, com tecnologia de extrusão a frio de metais”, diz.
Assim, a empresa passou a fabricar eixos e semi-eixos para caixas de câmbio e luveiras para cardans, além de outros componentes. A produção mensal de 150 toneladas saltou para 350 toneladas no final de 2004. Silva conta que os gestores passaram a olhar diferente para a organização, entendendo que o atendimento dos requisitos da qualidade ao cliente é tarefa de todos.
A certificação permitiu, ainda, a empresa se tornar fornecedora de produtos com qualidade assegurada, ampliar o portifólio de clientes e elevar o faturamento em 300%. Para isso, a empresa adquiriu mais de 50 máquinas e equipamentos, principalmente da Picchi S/A. Além disso, o consumo de matéria-prima cresceu quatro vezes. O executivo afirma que o crescimento se manteve e em outubro de 2008 a empresa industrializou 690 toneladas de aço e fechou 2008 com faturamento de R$ 19,5 milhões.