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 Por Rodrigo Fragola

A indústria mundial de varejo vem avançando de forma admirável numa disciplina multifacetada que se convencionou chamar de “prevenção de perdas” e que envolve desde a perda por falha nos controles de estoque, até os prejuízos ocasionados por furtos ou fraudes no sistema digital de pagamento.

Para não abrir demasiado o leque neste artigo, proponho uma passada de olhos nas vulnerabilidades de segurança que o setor precisa enfrentar para sanar uma sangria conhecidamente gigantesca, que são as perdas por falha na segurança do negócio, mais especificamente, no aparato digital e eletrônico disponível para a prevenção contra ataques às gôndolas, ao caixa e às bases de dados de clientes.

Entram, portanto, neste rol as categorias de risco cibernético e de vulnerabilidade física tradicional (que dá ensejo ao roubo ou desvio de produtos), de modo que se possa pensar numa visão holística (unificada) da questão das perdas varejistas e sua respectiva prevenção.

Vamos mirar especificamente o comércio em rede, uma vez que esta é forma predominante na indústria atual do varejo, embora a abordagem geral caiba também aos estabelecimentos isolados.

A primeira constatação é a de que o setor vem adotando certas medidas razoáveis, como o uso de etiquetas de rastreamento com alarme (RFID), para evitar a saída de produtos não pagos, uma iniciativa cada vez mais comum, principalmente em lojas de produtos com alto valor unitário, como perfumarias, lojas de eletrodomésticos e confecções.

Entre os sofisticados itens em fase de disseminação estão as câmeras de vigilância, muitas delas associadas a analisadores de ambiente capazes de detectar pessoas em movimentação brusca, ou até com leitores biométricos para o cadastramento facial de suspeitos.

São iniciativas ainda incipientes na grande maioria das redes no Brasil, como atestam pesquisas setoriais, mostrando que só 35% dos supermercados e atacarejos dispõem de planejamento e equipes dedicadas à prevenção.

Mas um tópico mais preocupante, a meu ver, é o cenário de alta vulnerabilidade da estrutura de informática presente nos pontos de vendas do país, o que agrava de forma dramática a própria segurança física.

Isto porque tal estrutura é vital não apenas para o gerenciamento das transações eletrônicas da loja, mas também para o monitoramento da segurança de itens como as câmeras, os alarmes, os detectores RFID, os sensores de presença nos depósitos, os leitores de códigos de barra, os registradores de cash, balanças e até catracas de entrada e saída de clientes.

No aspecto estritamente digital, é certo que todos estes estabelecimentos deveriam já se submeter a normas básicas de compliance impostas pelas bandeiras de cartão de pagamento como Visa, Diners e MasterCard através do seu rigoroso padrão PCI-DSS, que mundialmente mobiliza bilhões em tecnologia de combate à vulnerabilidade de dados e transações.

Mas embora utilizem necessariamente uma rede credenciada de transporte de transações (como Elo ou PagSeguro) tais estabelecimentos raramente dispõem de uma rede interna isolada para seus serviços gerais, em relação a pontos críticos de interface com o cliente ou com o mundo externo, como os terminais de PDV ou de captura de cartões.

Assim, toda a blindagem com base em normas (compliance) adotada pelo transportador de transações e exigida pelas bandeiras dos cartões se depara, no ambiente da loja, com uma brecha de segurança pela qual, se passa boi, certamente em algum momento deixará passar a boiada, como diz a linguagem popular e referencia a velha e infeliz “Lei de Murphy”.

Este é um cenário, aliás, não muito diferente do que se verifica em todo o espectro das empresas, principalmente na faixa das PMEs. A mesma conexão de Internet que equipa uma câmera IP é usada pra trafegar informações fiscais e contábeis ou dados críticos de cliente.

O mesmo WiFi da lanchonete, que conecta o cliente ao Facebook e permite ao garotinho jogar o seu passatempo enquanto espera um sanduíche, conecta também a garçonete, com seu terminal de pedido, ao sistema de gestão de entregas e está ligado ao software de RH da loja ou até mesmo da rede.

Um tipo de negligência nas pontas que, está provado, contamina a própria rede global de pagamentos e promove lucros bilionários ao crime cibernético, além de facilitar toda sorte de fraudes ou desvios no ambiente físico e virtual da rede varejista.

Para quem conhece um pouco sobre as especificações de compliance contidas no PCI DSS ou nas modalidades da norma ISO dirigidas à segurança, é preciso reconhecer que o investimento exigido em segurança cibernética é, quase sempre, o maior entrave à melhoria desse aspecto.

Quando a correlação de custos favorece, o nível de adesão do comerciante é altamente positivo. E aí está o exemplo das câmeras IP, hoje quase tão abundantes quanto lâmpadas no ambiente da farmácia ou supermercado.

E isto pelo simples fato de que sua instalação “agite e use” dispensa maior planejamento, não carece de fiação e atinge custos hoje em dia tremendamente acessíveis.

Agora, o que começa a mudar, é que o mesmo movimento de massificação que ocorreu com as câmeras WiFi, começará a ocorrer em relação ao lado cibernético e à centralização de controle dos itens de segurança digital.

Consoles a custos compatíveis, com baixa exigência de aprendizado e fácil integração com dispositivos de monitoramento físico e virtual já despontam como a novidade da vez.

Um exemplo disto são as centrais de proteção unificadas (tecnicamente chamadas de Firewall UTM) que reúnem todas as funções de segurança em nível cibernético de rede interna e que permitem gerenciar a segurança de dispositivos como os próprios POS, as câmeras IP do ambiente, os terminais de leitura e celulares de clientes e funcionários.

Tudo isto contando ainda com funções de fácil uso para a criação de redes virtuais isoladas, fornecendo blindagem para a comunicação de negócios e garantindo a criação de políticas de priorização de tráfego para aquilo que realmente interessa.

De um patamar até recentemente em torno de sete ou oito mil reais no mercado interno, centrais UTM de alta confiabilidade já podem ser encontradas a valores próximos a R$ 2 mil. Abre-se assim uma perspectiva nova para pequenas e grandes redes de varejo, que por um baixo investimento inicial, poderão iniciar a implantação da segurança holística em todas as suas lojas.

E quem sabe não seja o momento para que as grandes empresas da cadeia de pagamentos (operadoras de cartão, adquirentes e bancos) comecem a distribuir incentivos para que o pequeno comerciante (ou franqueado) atinja, efetivamente, níveis mais sólidos de conformidade com as normas de segurança.

*Rodrigo Fragola é Presidente da Aker Security, Vice-Presidente de Segurança e Defesa do Sindicato da Indústria da Informação (Sinfor) e Diretor de Segurança e Defesa da Associação Brasileira das Empresas de Software(Assespro-DF)

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blogindustrialEscrito por Richard Landim,

 Especialista de Produtos da Fluke Networks Brasil

 

O antigo ditado “tempo é dinheiro” se aplica em grande medida aos testes de cabos. Nos últimos 20 anos, o setor corporativo de  se beneficiou dos avanços das ferramentas e tecnologias de teste e certificação. Esses avanços reduziram o tempo de teste e certificação de cada enlaçe de cabo a apenas alguns segundos. Testadores mais rápidos certamente reduziram também os custos envolvidos. Ainda assim, há etapas adicionais em qualquer instalação que consomem um tempo valioso e que resultam em custos adicionais. Desta forma, empresários experientes e fornecedores de dispositivos compreenderam que ainda existem oportunidades reais para a redução do tempo gasto em muitas funções relacionadas com o teste, ajudando assim os integradores a obter novos lucros durante o processo.

Uma recente pesquisa da Fluke Networks realizada com instaladores de cabo sobre o tempo gasto para a realização das várias funções relacionadas aos testes revelou resultados surpreendentes. Um grande aprendizado: lidar efetivamente com os problemas e as ineficiências durante o processo de testes definitivamente aumenta a margem de lucro. De fato, algumas empresas relataram um aumento de até 10% no lucro final. Elas conseguiram isso utilizando sistemas que reduzem os elementos que desperdiçam tempo de teste. Esse lucro adicional significa mais receita para os instaladores de cabo ou, se eles optarem por repassar a economia aos possíveis clientes, ofertas mais competitivas.

Um estudo realizado com instaladores dos EUA relatou que 63% do tempo foi gasto efetivamente na instalação de cabos. Após o término da instalação, 14% do tempo normal de projeto envolviam tarefas relacionadas a testes, 6% se relacionava à elaboração de relatórios, 8% a retrabalho e 9% a contingências e outras atividades. As partes do trabalho não relacionadas à instalação, ou seja, testes, elaboração de relatórios, retrabalho e resolução de problemas, representam um terreno fértil para o corte de custos mediante a implantação de sistemas de testes com recursos expandidos.

As ações que as empresas citaram para reduzir os custos e aumentar os lucros foram reduzir os erros durante o planejamento e a configuração, eliminar os erros de teste causados por funcionários inexperientes, evitar os atrasos causados quando instaladores menos experientes estão ociosos e esperando mais ajuda de gerentes experientes, reduzir o tempo de resolução de problemas, reduzir a necessidade de novos testes, agilizar os processos ineficientes de elaboração de relatórios e evitar tempo de viagem desnecessário.

Testadores avançados melhoram a produtividade

Os instaladores de cabo que usaram testadores padrão relataram uma média de 20 horas gastas na resolução de problemas durante a conclusão de um trabalho habitual de 1000 links. Porém, eles conseguiram reduzir a média de horas gastas na resolução de problemas a apenas sete, com o uso de  sistemas de teste avançados, o que representa um ganho de produtividade de 65%.

A melhoria do planejamento e da configuração é um primeiro passo essencial para reduzir tempo e custos. Um sistema de testes que ofereça uma função única de gestão de tarefas para controlar todos os requisitos do trabalho desde o início pode proporcionar grandes dividendos durante o trabalho. Esse sistema pode definir eficientemente os requisitos e o andamento do trabalho, da configuração à aceitação dos sistemas, assegurando que todos os testes sejam concluídos com precisão.

Quando os parâmetros de teste podem ser configurados em um ponto central e transmitidos pela nuvem tanto por técnicos quanto pela equipe administrativa, temos como resultados economia de tempo e redução de erros. Os sistemas de teste avançados eliminam a ida e volta ao escritório para elaborar relatórios de teste, o que resulta em relatórios mais precisos e fechamento mais rápido do projeto.

Escassez de trabalhadores qualificados exige novos métodos para os testes de cabos

Os instaladores definitivamente não querem erros no campo e utilizam uma série de abordagens para minimizá-los. Um método é contratar mais funcionários habilitados. Entretanto, há escassez de trabalhadores que compreendam as nuances dos testes de cabo e fibra. 78% dos proprietários entrevistados na pesquisa da Fluke Networks relataram que é um desafio global encontrar bons trabalhadores.

Como o treinamento desses funcionários é caro e a contratação de trabalhadores mais experientes e mais gerentes de projeto para supervisioná-los consome grande parte dos lucros, uma abordagem melhor é projetar sistemas de teste, diminuindo espaço para erros.

Projetar e automatizar de modo mais inteligente algumas das funções de teste para evitar erros são ações essenciais para tornar o processo de teste mais eficiente. Mais de 800 instaladores em todo o mundo foram questionados e quase metade informou que tem de voltar a testar as ligações porque elas foram testadas com os limites errados. 37% relataram que lidam com medições de fibra de perda negativa (uma perda negativa em uma fibra é como registrar um tempo negativo em uma corrida de 100 metros rasos – evidentemente algo está errado).

Corrigindo a causa principal de muitos problemas de teste: a configuração inadequada

Definir os níveis de referência de fibra corretamente é essencial para fazer boas medições, mas é um processo relativamente complexo. Se alguma das etapas for realizada de forma inadequada, toda leitura feita a partir daquele ponto com o testador será incorreta. O próprio dispositivo de teste pode eliminar os erros, conduzindo o operador passo a passo pelo processo de configuração e verificando se ele está correto. A sequência de telas abaixo mostra algumas das etapas do processo. Assim que cada uma é concluída, o testador verifica e apresenta a próxima etapa. Observe que a utilização de um código de cores no cabeamento ajuda ainda mais a reduzir as chances de erro.

Outra etapa do processo de certificação de cabo que exige mais tempo do que o necessário é a resolução de problemas quando eles se acumulam. Segundo mais de 300 prestadores de serviço que participaram de nossa pesquisa, um dos maiores fatores de desperdício no processo de teste é o tempo que as equipes têm que esperar até que o técnico mais experiente resolva o problema: em média, 4,6 horas por mês para cobre e 3,8 horas por mês para fibra.

A pesquisa da Fluke Networks apontou que apenas 30% dos técnicos conseguiam configurar os limites personalizados para testes de fibra; e 64% das empresas relataram atrasos nos seis meses anteriores enquanto aguardavam que um técnico configurasse os limites personalizados para fibra.

Tornando mais eficiente a elaboração de relatórios

Outro grande fator de desperdício de tempo é a elaboração ineficiente de relatórios. Um grande problema para muitas empresas é o tempo que gastam todos os meses para transportar os testadores até os PCs para que os resultados possam ser baixados para criar os relatórios necessários. Elas informam que 4,4 horas por mês são gastas simplesmente fazendo com que as informações sejam colocadas no local adequado. Um sistema de testes que gerencie todos os resultados de vários testadores através da nuvem pode acessar facilmente os dados do testador para monitorar o andamento e gerar relatórios. Os custos totais dos relatórios foram reduzidos à metade pelas empresas que usaram sistemas de teste com recursos avançados de elaboração de relatórios – de 4% do custo total do projeto para 2% em relação a um trabalho habitual de 1000 links.

 

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Por Claudio Graeff(*)

O Brasil é um dos 10 países mais ricos do mundo e de acordo com Relatório de Competitividade Global 2015/2016 do Fórum Econômico Mundial, ocupa a 7º posição no ranking para o GDP (PIB em português), e o 6º lugar quando avaliado o tamanho do mercado doméstico. Por outro lado, apresenta índices extremamente ruins de infraestrutura (126º), tecnologia (95º), comportamento ético das empresas (133º), entre outros disponíveis para pesquisa e avaliação de qualquer cidadão.

Não é possível questionar esses índices, uma vez que temos demanda reprimida em tantos setores de infraestrutura como rodovias, saneamento básico, geração e transmissão de energia, hospitais, escolas, presídios e outros. Isso ficou mais claro com o advento da Copa do Mundo, que apresentou para a maioria dos brasileiros uma realidade muito conhecida para quem trabalha com projetos de infraestrutura gerenciados e contratados pelo governo. Muitos projetos prometidos acabaram ficando pelo caminho, inacabados por abandono do contrato por parte das contratadas ou embargadas pelos órgãos fiscalizadores. Os que seguiram acabaram atrasando e estourando seus orçamentos, resultado de um planejamento mal feito e estudos deficitários.

Mas não é de hoje que implantar projetos de infraestrutura no Brasil não é uma tarefa fácil, e não é raro os projetos terminarem com custo muito maior do que os valores originalmente aprovados.

Diante desse cenário pouco motivador e associado à atual crise econômica e escândalos envolvendo grandes empresas brasileiras, existe a necessidade de mudanças por parte do governo e das empresas para enfrentar esse cenário adverso e voltarmos ao ciclo de crescimento.

Retirando dessa análise as variáveis de conduta ética na gestão, se formos avaliar as causas dos elevados custos dos projetos brasileiros de infraestrutura, vamos constatar que na grande maioria dos casos, há aditivos contratuais de prazo e custo, resultado de um grande número de interrupções por problemas diversos, resultantes da falta de uma adequada metodologia de desenvolvimento de projetos que deveriam levar em conta todos os impactos, bem como, estratégias e planejamentos adequados.

A melhor forma de se prevenir e evitar problemas futuros em um projeto é a gestão de riscos, metodologia amplamente falada, mas pouco entendida e aplicada de forma incorreta na maioria dos casos. Importante chamar a atenção para os conceitos desse modelo, que é agir preventivamente, mitigando ou eliminando eventos que podem impactar em custo, prazo e qualidade do projeto.

Pode se dizer que um dos fatores pelo qual os projetos terminam mais caros é devido aos riscos envolvidos e que efetivamente acabam acontecendo e, infelizmente, o Brasil apresenta um histórico muito ruim para estes riscos, com alta probabilidade de acontecimentos. Podemos citar os licenciamentos ambientais, liberação de áreas de servidões, improdutividades com greves e paralizações de projetos dentre outros. É importante salientar que esses são riscos trazidos da fase de desenvolvimento dos projetos, que devido ao modelo atual, transfere a resolução ou tratativa desses riscos para a fase de construção, que impacta diretamente no custo final dos contratos.

Nessa ótica, precisamos que os órgãos governamentais responsáveis façam seu “dever de casa” e utilizem as melhores práticas de gestão para tratar projetos que tanto precisamos, assumindo sua responsabilidade para os riscos imputados e gerenciados por entidades governamentais, identificando, mitigando e/ou eliminando os riscos envolvidos, através de ações preventivas, levando em consideração as variáveis internas e externas e de um correto estudo de engenharia e planejamento das necessidades e prazos para cada fase do projeto.

Isso não é novidade para empresas especializadas em gestão, além disso, em março deste ano, o International Finance Corporation (IFC), uma entidade do Banco Mundial, publicou o estudo “Estruturação de Projetos de PPP e Concessão no Brasil, Diagnóstico do modelo brasileiro e propostas de aperfeiçoamento”, recomendando a adoção de modernas formas de gestão de projetos como caminho a ser seguido.

É entendido por todos que precisamos de investimentos e de investidores para atender a grande demanda de infraestrutura do País, e para isso precisamos agir rápido e abandonar antigos vícios e adotar metodologias eficientes de gestão pública, lançando projetos bem desenvolvidos, estudados e planejados, parando de transferir para o setor privado e para a população as responsabilidades e custos da ineficiência estatal. Podemos começar, por exemplo, com os futuros contratos de concessões, que deveriam ter cláusulas específicas e que acionassem gatilhos para determinados eventos que impactam diretamente o resultado das concessões.

Importante salientar que as constantes mudanças das regras dificultam muito as tomadas de decisões de um potencial investidor. Esse risco se elimina por meio de instituições fortes e tomadas de decisões técnicas, não ideológicas; pois confiança é algo que se conquista com o tempo e não se define em decretos.

*Claudio Graeff é diretor executivo da FTI Consulting

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servicoPor Márcio de la Cruz Lui

Em um ambiente cada vez mais competitivo, estar à frente das tendências é essencial para o sucesso de uma empresa. Desafios como globalização, velocidade das mudanças, concorrência, novidades tecnológicas, acessibilidade às informações, novos canais de comunicação e múltiplos clientes, demandam que as empresas estejam preparadas não só para atenderem seus atuais clientes como também para ingressar em novos mercados com produtos e serviços diferenciados. O sucesso das organizações é em grande parte impactado pela excelência na qualidade dos serviços e no planejamento de ações com os olhos voltados a um todo. Essa filosofia empresarial vem se consolidando como uma iniciativa que otimiza o relacionamento das organizações com seus públicos, gerando uma sustentável vantagem competitiva nos negócios.

Uma empresa orientada ao mercado preocupa-se com todo o ecossistema de negócio, contemplando consumidores, distribuidores, concorrentes, influenciadores e macroambiente. As organizações que utilizam esse conceito concentram-se na geração de valor para seus clientes, buscando, primeiramente, um entendimento do mercado e suas necessidades, para então elaborar um plano de ação mais assertivo. Com o envolvimento e apoio de toda força de trabalho, essas empresas que optam por esta orientação precisam entender as mudanças das necessidades e desejos dos clientes; serem capazes de decodificar essas mutações e responder rapidamente para garantir a satisfação do seu público. Além disso, para que elas sejam mais lucrativas e eficientes do que seus concorrentes, precisam implementar inovações de maneira mais rápida e ser mais assertiva ao tomar decisões estratégicas.

Dentro do universo de oferta de produtos e serviços digitais, uma forma de garantir esta orientação é empregando ferramentas de service assurance. Atualmente, poucas soluções no mercado são capazes de proporcionar uma coordenação interfuncional com visão holística do processo de entrega de valor superior. Por isso, o ideal é apoiar-se em tecnologias que além de darem um diagnóstico correto da qualidade da oferta dos serviços, possam agilizar a resolução de problemas por meio de um service desk inteligente, acompanhar de maneira mais precisa os níveis de serviços (SLAs) e níveis operacionais (OLAs) para tomada de decisão estratégica, além das informações estatísticas, analytics e big data.

Tecnicamente falando, a garantia da entrega da qualidade dos serviços pressupõe a adoção de uma plataforma completa de serviços de distribuição de conteúdo Over The Top (OTT) e de uma aplicação multi-tenant, capaz de administrar essa infraestrutura com o menor custo possível, sem afetar o desempenho, a escalabilidade ou a segurança, integrando os sistemas de suporte a operações e negócios (OSS/BSS). Estes elementos se aplicados conjuntamente otimizam o gerenciamento das redes, o desenvolvimento de serviços inovadores e o relacionamento com o cliente.

Desta forma, conduzir a empresa a um modelo de orientação ao mercado, na verdade, acaba por gerar uma vantagem competitiva sustentável, auxiliar no planejamento e a obter uma visão a longo prazo capaz de orquestrar e unificar as principais diretrizes estratégicas da companhia.

Márcio de la Cruz Lui é Gerente Comercial Sênior da ISPM, fornecedor líder na América Latina em software de gerenciamento e monitoração de serviços de Telecomunicações e Tecnologia.

 

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mas e ferra* Alfredo Ferrari
Há quase um século, o Brasil se projeta no mercado internacional como um tradicional produtor de bens de capital incluindo máquinas-ferramenta. Portanto, o país é detentor de uma vasta experiência na criação e produção de máquinas e equipamentos de alta qualidade e desempenho, competindo com os mais exigentes mercados internacionais.
Isso é um fato. De outro lado, sabemos que a  economia de um país não pode depender, somente, da produção e exportação de seus produtos primários. A sua riqueza está, além da exploração e comercialização de suas abundantes commodities, na produção de bens duráveis que agregam valor, por meio da aplicação de tecnologia e inovações.
Assim, chamamos a atenção para o fato de a indústria de máquinas-ferramenta brasileira estar capacitada para atender a quase totalidade das necessidades de produção no país, com elevado conteúdo tecnológico.
Por outro lado, essa indústria, também, conta com o fornecimento de máquinas-ferramenta importadas, quer seja para atender picos de demanda ou para suprir equipamentos com características não produzidas no país. Neste último caso, existem os “ex-tarifários”, que desoneram as suas importações. A importação de máquinas-ferramenta deve ser entendida como um canal aberto, porém dentro de um ambiente econômico sadio, tendo como base um câmbio justo e em condições comerciais isonômicas como aquelas aplicadas nos países dos seus concorrentes internacionais.
A demanda futura por máquinas-ferramenta da média e alta tecnologia no país será enorme, uma vez que o seu parque de máquinas instalado conta com uma idade média de aproximadamente 17 anos contra 5 a 8 anos nos países altamente industrializados. Isto significa que os investimentos das indústrias de manufatura no país serão muito intensos no decorrer dos próximos anos.
Para tal, o governo federal deve persistir no estímulo à modernização do parque de máquinas no país, incentivando a sua indústria de bens de capital, por meio de financiamentos, como a linha FINAME PSI do BNDES, e da implantação de novos projetos, como o Modermaq, idealizado pela ABIMAQ, para a substituição de máquinas-ferramenta sucateadas por novas de moderna tecnologia e de alto rendimento. Com isso, obter-se-ão maiores ganhos de produtividade, de qualidade e de rentabilidade, com crescimento das exportações.
É inadmissível imaginar-se um país de dimensões continentais gigantescas e uma população com mais de 200 milhões de habitantes, como o Brasil, sem uma indústria pujante de bens de capital e, em particular, de máquinas-ferramenta. É uma questão de segurança nacional para um país ter a sua própria indústria de máquinas-ferramenta, a fim de garantir a manufatura de bens duráveis para o seu consumo e para as suas exportações.
* Alfredo Ferrari é engenheiro mecânico e vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (CSMF)

 

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image003Escrito por Alexsandro Labbate, Gerente Sênior de Marketing da ClickSoftware para as Américas

A prestação de um serviço de atendimento ao cliente com a máxima excelência é imprescindível para o sucesso dos negócios, especialmente em um momento no qual os consumidores estão mudando suas expectativas e até posicionamento. Por conta disto, para alcançar um diferencial competitivo, garantir que um negócio prospere e, mais do que isso, traga o valor esperado ao seu cliente, é preciso aprimorar as interações de serviço em campo. Assegurar que os clientes sejam ouvidos e recebam um serviço de valor é essencial para o êxito dos negócios. Principalmente quando se pensa que em momentos de insatisfação, as pessoas usualmente tendem a falar mais e expressar suas frustrações em voz alta, o que pode ser prejudicial à imagem da empresa.

De acordo com estudo conduzido pela americana Aberdeen, dentro das ofertas das empresas, o serviço pode gerar uma margem de lucro 10,7% mais elevada do que produtos. Exatamente, por já terem claro esse cenário, Executivos de nível C estão se unindo e fazendo do serviço em campo uma prioridade, passando inclusive a enxergá-lo, como uma enorme oportunidade de aumento de receita.

Mas, como implementar serviços de forma efetiva? Há três elementos que devem ser levados em consideração e ajudam a garantir a execução bem sucedida em campo: cliente, receita e lucro.

Do ponto de vista do cliente, componente fundamental deste processo, as mudanças devem ser concentradas na otimização dos serviços em campo. As visitas das equipes móveis são, normalmente, a única interação face a face que a empresa terá com um cliente. Desta forma, construir uma relação positiva vai aumentar a satisfação, a receita e melhorar a lucratividade.

No que tange a receita, já existe um entendimento por parte do alto escalão das empresas de que investir nesta interação com o cliente pode ser lucrativo. De acordo com o relatório da Aberdeen,Receita de Serviço: desenterrar um córrego inexplorado de dólares, oito em cada dez top performersdescobriram que, por meio do serviço em campo, foi possível alcançar, em 12 meses, suas metas de receita.

Por fim, entra a questão do lucro. Obvio que conter gastos é parte importante do processo de negócios, porém sempre qualquer corte deve ser realizado levando em consideração a necessidade de preservar e até elevar a qualidade de serviço em campo. É preciso pensar em uma integração entre as equipes de TI e de campo para que juntas introduzam, por exemplo, uma nova tecnologia móvel que reduza a quantidade de papel, elimine erros dispendiosos ou acessos físicos desnecessários.

Sendo assim, cada parte envolvida neste complexo processo de relacionamento em campo com o cliente e as etapas que compõem a prestação do serviço precisam ter um impacto positivo na percepção da qualidade pelo cliente. A tecnologia ajuda nesse sentido, pois existem soluções que conectam, por exemplo, os trabalhadores móveis, a empresa, o negócio e o cliente de forma a melhorar a experiência para todos. Como diz o velho ditado, “O cliente tem sempre razão” e as ferramentas de gerenciamento de serviço em campo capacitam as equipes a cumprir as expectativas dos consumidores. A transição de uma organização centrada no produto para uma focada no serviço beneficiará a imagem e o sucesso da empresa no futuro.

Alexsandro Labbate é Gerente Sênior de Marketing da ClickSoftware para as Américas, líder no fornecimento de soluções para a gestão automatizada e otimização da força de trabalho e serviços em campo.

 

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Jose Folha  Gerente da Divisao de Negocios Eixos Eletricos da Festo Brasil*Por José Folha

 

Pode até parecer absurdo pensar que o ser humano pode ser substituído em suas funções diárias nas empresas, mas isso acontece desde que houve a primeira revolução industrial. Muitos jovens ainda se lembram das garrafas térmicas nas empresas que hoje geram conversas nostálgicas que remetem aos “bons velhos tempos” e comparam os processos antes e depois dos PCs e SmartPhones. Isso só para falar de alguns itens que na maioria das empresas já são completamente diferentes de 15 anos atrás.

Estamos tão entretidos com nosso dia a dia que não nos damos conta da revolução que estamos passando. Estudos da universidade de Oxford mostram que em 20 anos muitas atividades hoje consideradas essencialmente humanas serão substituídas por máquinas autônomas, a maioria delas na área de serviço, porém, inclusive funções de gestão e de altas gerências têm probabilidade de serem automatizadas.

Nesse contexto tão turbulento, todas as mudanças existentes não param de alterar as condições do ambiente que, por sua vez, alteram muitas das “verdades” de ontem e as transformam em fatos passados. Nos últimos 200 anos ocorreram as maiores mudanças conhecidas e documentadas da humanidade e isso aconteceu também na indústria: as chamadas revoluções industriais.

1ª Revolução Industrial (Indústria 1.0) – Em 1784, máquinas movidas a vapor começaram a substituir o ser humano em atividades que exigiam muito esforço ou grande frequência de repetições.

2ª Revolução Industrial (Indústria 2.0) – O primeiro relato de esteiras transportadoras é de 1870, época em que as máquinas elétricas começaram a ser utilizadas juntamente com a separação de operações, o que resultou nas fabricações em massa.

3ª Revolução Industrial (Indústria 3.0) – Essa fase foi conhecida como a era da eletrônica, na qual as máquinas passaram a utilizar controladores lógicos programáveis (CLPs) para comandar máquinas que poderiam ser reprogramadas para novas funções de acordo com uma nova demanda. Essa fase teve início no final da década de 1960 e durante esse período também foi introduzida a tecnologia da informação nos processos de fabricação.

4ª Revolução Industrial (indústria 4.0) – Época atual chamada “era do conhecimento”. Na indústria 4.0 a integração dos equipamentos é muito mais “natural”. Linhas de produção cibernéticas se adaptam aos produtos que foram pedidos por clientes diretamente via internet sem interferência humana. Todos os equipamentos têm autonomia para tomarem “decisões” e pedirem ajuda por meio de redes sem fio gerando um organismo autossuficiente e sem planejamento detalhado, o que permite maior flexibilidade e adaptabilidade às demandas dos mercados.

Com tanta tecnologia à disposição do ser humano e com tanto capital intelectual disponível, a pergunta que ainda não consegue ser respondida é: Qual será a próxima revolução a ser feita pelo ser humano?

* José Folha é Gerente de Divisão de Negócios Eixos Elétricos da Festo Brasil

Fontes:

http://www.engineersjournal.ie

http://www.oxfordmartin.ox.ac.uk/downloads/academic/The_Future_of_Employment.pdf 

*José Folha – Gerente da Divisão de Negócios Eixos Elétricos da Festo Brasil

 

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antoniioPor Antonio Santa Rossa

Hoje um processo de manufatura considerado ideal pode, em pouco tempo, se tornar obsoleto em razão das instabilidades de demanda do mercado ou das mudanças na tecnologia dos produtos. Adotar processos de manufatura flexíveis, facilmente adaptáveis, pode ser o diferencial para manter a competitividade em condições adversas.

A aplicação intensiva de processos essencialmente manuais proporciona as condições ideais para ajustar a produção em função da demanda e ainda introduzir mais facilmente novos produtos às linhas de manufatura. Contudo o encarecimento da mão de obra traz uma tendência para a adoção de processos automatizados de produção, estes por sua vez apresentam menor flexibilidade, exigem altos investimentos e são ideais para fabricação em grandes volumes de produtos padronizados com demandas estáveis.

No Brasil, os investimentos devem considerar o balanço ideal destes dois cenários. Transformar as linhas de produção que estavam configuradas para uma manufatura manual por meio da automação inteligente pode solucionar atividades custosas em termos de mão de obra, manter a flexibilidade e ainda reduzir drasticamente os altos investimentos que demandam as manufaturas totalmente automatizadas.

A nossa indústria precisa configurar os processos produtivos para usar o melhor da capacidade humana e o melhor da automação, ou seja, utilizar ao máximo a adaptabilidade humana para a execução de tarefas complexas e não repetitivas e deixar para as máquinas o trabalho repetitivo ou que exijam esforço excessivo, seja ele físico ou mental.

Para a construção deste novo modelo de produção, o grande desafio estará na qualificação dos engenheiros que atuam no desenvolvimento de processos e produtos. Estes precisarão dominar as técnicas que regem o bom uso da mão de obra bem como as tecnologias disponíveis para a automação dos processos de fabricação e, assim, garantir o balanço ideal do uso da tecnologia na concepção das novas linhas de produção.

Quem tiver interesse em discutir o assunto está convidado para participar do 10º Simpósio SAE BRASIL de Manufatura, que será realizado em 11 de junho, na Unimep Santa Bárbara D’Oeste.

*Antonio Santa Rossa é engenheiro e chairperson do 10º Simpósio SAE BRASIL de Manufatura.

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ind* por Paulo Roberto dos Santos

Uma revolução está ocorrendo no mundo da produção. O mundo real e realidade virtual continuam a fundir-se; modernas tecnologias da informação e da comunicação estão sendo combinadas com processos industriais tradicionais, alterando assim as várias áreas de produção. Os peritos estão atualmente a discutir estes desenvolvimentos sob o título de “Indústria 4.0”.

A indústria 4.0 é um projeto no âmbito da estratégia de alta tecnologia do governo alemão que promove a informatização da Manufatura. O objetivo é chegar à fábrica inteligente (SmartManufacturing) que se caracteriza pela capacidade de adaptação, a eficiência dos recursos e ergonomia, bem como a integração de clientes e parceiros de negócios em processos de negócios e de valor. Sua base tecnológica é composta por sistemas físico-cibernéticos e da Internet das Coisas. Especialistas acreditam que a Indústria 4.0 ou a quarta revolução industrial poderia ser realizada dentro de uma década.

Hoje observamos que esta revolução está polarizada entre Alemanha, com o projeto da Indústria 4.0 e nos Estados Unidos, uma iniciativa conhecida como a Smart Manufacturing LeadershipCoalition – SMLC, ou Coalisão da Liderança para Manufatura Inteligente, também está trabalhando sobre o futuro da indústria transformadora.

SMLC é uma organização sem fins lucrativos de profissionais de produção, fornecedores e empresas de tecnologia; consórcios de fabricação; universidades; órgãos governamentais e laboratórios. O objetivo desta coligação é permitir que as partes interessadas da indústria de transformação possam atuar de maneira colaborativa no desenvolvimento das abordagens, normas, plataformas e infraestrutura compartilhada que facilitam a ampla adoção da inteligência de fabricação.

Mas o que podemos esperar destes desenvolvimentos?Este conceito de produção irá aumentar substancialmente a complexidade tecnológica dos processos de agregação de valor, ainda mais em comparação com a situação que existe hoje. Dominar esse grau de complexidade exige ferramentas de software adequadas para projetar e construir as instalações e sistemas relevantes, e, naturalmente, também para operá-los. É urgentemente necessário que essas ferramentas sejam desenvolvidas e lançadas ao longo dos próximos anos. Em todo o mundo, os governos, federações de indústrias e empresas têm reconhecido a importância de criar seu próprio valor acrescentado através da produção.

Na manufatura inteligente tudo está ligado com a ajuda de sensores e chips RFID. Por exemplo, produtos, opções de transporte e ferramentas irão se comunicar uns com os outros e serão organizados com o objetivo de melhorar a produção global, mesmo além dos limites de empresas individuais. Neste ambiente de produção, o produto em si é uma parte ativa do processo de produção. Esta integração perfeita dos mundos físico e virtual só é possível porque cada elemento existe, simultaneamente, tanto como um físico e um modelo virtual.

A base para qualquer implantação significativa de sistemas físico-cibernéticos é uma conexão de dados transparente entre todas as fases do processo de agregação de valor. Para cada produto, ao lado de sua descrição física real, uma representação virtual continua a passar por um maior desenvolvimento. Consequentemente, uma integração dos mundos real e virtual é o foco daqueles na vanguarda do desenvolvimento e implementação da manufatura inteligente.

Um fator chave da manufatura inteligente é descentralizar o controle: neste tipo de processo de produção, a comunicação ocorre em cada etapa para determinar que peças adicionar ou etapas de montagem para implementar. O controle descentralizado torna mais fácil para adicionar ou alterar os equipamentos conforme a necessidade, tornando mais flexível o processo para atender à crescente demanda por personalização em massa.

Como esta última revolução industrial avança, há implicações significativas para a força de trabalho industrial. O Software está impulsionando os avanços na fabricação de hoje, e isso significa que o mouse está substituindo a chave de fenda em muitos lugares no chão de fábrica hoje.

Ter as pessoas certas no lugar certo é fundamental para alavancar ganho tecnológico, e para a realização dos objetivos de manufatura inteligente. Isso levou a muita discussão sobre a escassez de trabalhadores qualificados na força de trabalho, muitas vezes referido como o “déficit de competências”. De acordo com o Departamento de Educação dos Estados Unidos, “60% dos novos empregos que vão surgir no século 21 exigirão habilidades possuídas por apenas 20% da força de trabalho atual”.

A tendência está se movendo cada vez mais para produtos individualizados. As pequenas quantidades de lote e o grande número de variantes associadas a esta tendência exigem tecnologias que se adaptam continuamente às novas condições. No futuro, os componentes em sistemas industriais, por conseguinte, tem que ser capazes de se ajustar uns aos outros.

Dessa forma, além de desenvolver novas tecnologias, também será necessário esclarecer onde as pessoas vão estar situadas dentro do processo de produção no futuro, e como a interação entre pessoas e máquinas ocorrerá. Dentro deste contexto, a Festo está intensamente envolvida com a questão da formação profissional para equipar a próxima geração da indústria.

* Paulo Roberto dos Santos é Gerente Regional de Produtos para as Américas na Festo Brasil

 

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economiaPor Rodrigo Bertozzi (*)

A sinalização do mercado de capital é positiva. Este deve ser um ano promissor quanto à manutenção e o crescimento do interesse de investidores nacionais e estrangeiros em médias e grandes empresas brasileiras. Acredito que teremos mais fundos soberanos vindos para o Brasil em 2015 e 2016. Houve uma evolução nos negócios, principalmente nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Espírito Santo e Piauí.

Investimentos nos setores da construção, logística – o grande desafio -, varejo farmacêutico e de eletrodomésticos, refeições coletivas e portos particulares (para apoiar o escoamento da produção agrícola e industrial) são os que vêm atraindo mais olhares. O setor educacional segue em consolidação, comandado pela Kroyon Anhanguera e grupos regionais buscando sócios investidores para defender seu negócio.

Lembro que, há 20 anos, antes da estabilidade trazida pelo Plano Real, o capital era volátil; entrava e saía, sem expectativas de ficar. Hoje, apesar da crise de confiança na economia, os fundos pensam em ficar em média sete anos para ter o payback em retorno de três vezes ou mais do investimento.

Levantamento do Centro de Estudos de Private Equity (PE) e Venture Capital (VC) da Fundação Getúlio Vargas (SP) reforça essa expectativa quando mostra que os fundos injetaram cerca de US$ 7,6 bilhões no país ao ano, entre 2010 e 2013. Este valor investido é o dobro do volume aportado no Brasil nos três anos anteriores ao período analisado. Os autores da pesquisa também projetam um aumento de 15% a 20% ao ano do capital comprometido da indústria de PE/VC no Brasil.

Mas alguns percalços na economia podem mexer com o quadro de investimentos. Na Infraestrutura, a Operação Lava Jato entrou de frente nas gigantes do setor, o que abre espaço para que novas empresas surjam nessa brecha de oportunidades. Empresas terceirizadas, por exemplo, podem ter bons ativos, mas, por conta da crise, vão precisar se reinventar. O mesmo vale para a cadeia de gás e óleo.

A crise de confiança na economia também tem mexido com os ciclos de negociação dos fundos private equity que investem no Brasil, que estão com maior nível de detalhamento e análises mais demoradas. No primeiro semestre de 2014, por exemplo, fundos de PE e VC fecharam 74 operações no Brasil, enquanto no mesmo período de 2013 foram concluídas 115 transações, de acordo com a consultoria TTR.

Mas não gosto de olhar o Brasil como um todo. Precisamos atentar para os investimentos em cidades menores – também uma novidade de 15 anos para cá. O segredo está em olhar para médias empresas em microrregiões com perspectivas de crescimento acima da média, como, por exemplo, Campina Grande (PB), com um polo de tecnologia em formação; Teresina (PI), com instalações da indústria de energia eólica; a fronteira agrícola de MAPITOBA (Maranhão/Piauí/Tocantins/Bahia); e Joinville (SC), que em breve receberá uma fábrica da BMW, só para citar algumas”, analisa Bertozzi.

Olhando esse cenário verifica-se que ainda há muito a se prospectar no país. Esse crescimento no interior torna as empresas locais/regionais – com perfil quase sempre familiar – visíveis e alvo de produtos financeiros a que antes não tinham acesso.

É fato que os investimentos estão mais elásticos e os fundamentos para receber os aportes mais difíceis, mas o panorama é bom para 2015. Mesmo sendo um ano difícil para a economia brasileira, os fundamentos de longo prazo mantêm atraentes os investimentos e podem ajudar o país, inclusive, na retomada do crescimento.

Rodrigo Bertozzi é CEO da B2L Investimentos S/A.

 

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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