Visite o site da P&S Visite o site do Radar Industrial Visite o site da Banas Ir para página inicial RSS

0

Wilton Lessa

O solo é um organismo vivo e entender essa complexidade é um dos caminhos mais promissores para uma agricultura sustentável e produtiva. Com esse foco, foi realizada a final da quinta edição do Desafio Microbioma Brasil (DMB), iniciativa que conecta pesquisadores, consultores, produtores e a indústria para gerar conhecimento técnico e promover a inovação no campo.

Nesta edição, seis trabalhos finalistas foram apresentados, com estudos aplicados em culturas como algodão, milho e cana-de-açúcar, todos utilizando a biotecnologia Microgeo®. As pesquisas analisaram impactos em desenvolvimento radicular, atividade enzimática, fotossíntese, qualidade tecnológica e desempenho econômico. A abordagem multidisciplinar foi destaque, com avaliações biológicas, físicas, químicas e agronômicas.

Os dois primeiros colocados reforçaram o potencial da tecnologia quando integrada a um manejo técnico de longo prazo.

O vencedor, Wilton Lessa, engenheiro agrônomo e sócio da Solo e Planta Consultoria Agronômica, conduziu um estudo com algodão no oeste da Bahia, registrando uma série de benefícios agronômicos relevantes, mesmo sob condições de estresse hídrico. As plantas tratadas apresentaram melhor arranque inicial, maior comprimento de raízes e menor compactação do solo, o que favoreceu o desenvolvimento em fases críticas do ciclo. Houve também maior acúmulo de biomassa, com um percentual até 40% superior em relação à testemunha, teores foliares mais consistentes (especialmente de fósforo, potássio, cálcio e boro) e uma retenção mais eficiente de estruturas produtivas, com destaque para os capulhos nas posições mais valorizadas da planta. Esses fatores contribuíram para um ganho médio de aproximadamente 10 arrobas por hectare, sendo que, na avaliação manual, o incremento chegou a 15,7 arrobas a mais em comparação à área sem aplicação, sem qualquer prejuízo à qualidade da fibra, que se manteve dentro dos padrões ótimos exigidos pelo mercado.

“Um dos maiores aprendizados foi perceber o quanto somos imediatistas”, disse Lessa. “O Microgeo® me ensinou a olhar a planta de forma diferente. Às vezes, visualmente não há mudança, mas quando analisamos compactação e sanidade foliar, as evidências aparecem”, disse o pesquisador. Ele destaca que o uso de biológicos exige constância e visão estratégica: “A produtividade pode até não explodir no primeiro ano, mas há consistência e evolução. É um investimento no ambiente produtivo, com reflexos físicos, químicos e biológicos.”

Em segundo lugar ficou Stefan Cappato, engenheiro agrônomo, consultor e pesquisador da AgroCiência Consultoria, com um estudo em Piracicaba que avaliou a sinergia do Microgeo® com outros bioinsumos na implantação do canavial. O experimento demonstrou que a aplicação resultou em melhor vigor inicial, incremento no perfilhamento, maior desenvolvimento radicular (com cerca de 30% mais raízes), descompactação do solo e aumento da população de bactérias benéficas. As áreas tratadas apresentaram também melhorias nas análises químicas, como aumento de matéria orgânica, fósforo, magnésio, zinco e capacidade de troca catiônica, além de maior atividade da enzima beta-glicosidase, que indica maior atividade biológica no solo. Também houve ganhos na produtividade, mesmo com a colheita antecipada (aos 9 meses). Do ponto de vista econômico, o uso da tecnologia representou um retorno adicional de até R$ 1.341,00 por hectare, reforçando o papel do Microgeo® como uma ferramenta estratégica para melhorar o ambiente de produção e gerar maior rentabilidade na canavicultura, especialmente diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pelo estresse hídrico.

“O Microgeo® joga em equipe. Quando usado com outros bioinsumos, potencializa os efeitos de todos. Isso é raro e valioso”, afirmou. “Costumo dizer que a raiz não mente. Às vezes, não vemos diferença olhando por cima, mas o solo revela tudo.”

Os demais estudos também mostraram resultados positivos, incluindo ganhos em fotossíntese no milho e qualidade tecnológica da cana. Em comum, reforçam o solo como um sistema vivo, cuja atividade microbiológica é essencial para a produção frente aos desafios climáticos e econômicos.

Lessa e Cappato também destacaram a importância do DMB para fomentar a inovação no campo. “Levar isso ao produtor é mostrar que se trata de uma mudança de rotina. Quando ele entende que está melhorando o ambiente do solo, começa a enxergar os benefícios”, disse Lessa.

“Hoje não dá mais para analisar a cana por partes isoladas. Com manejo biológico, conseguimos manter bons níveis de produtividade mesmo em anos difíceis”, completou Cappato.

Inspirado no Plant Microbiome Symposium, o DMB vai além da premiação. Criado pelos fundadores da Microgeo, o desafio valoriza a reconstrução do microbioma do solo como pilar da agricultura regenerativa. Realizado em duas etapas – regional e nacional –, envolve análises técnicas de uma banca renomada, com pesquisas de campo em cinco regiões do Brasil, promovendo a prática do manejo microbiológico do solo e dos bioinsumos de forma estratégica e sustentável.

Para Caio Suppia, Diretor Comercial da Microgeo, a iniciativa é um marco para o setor: “Mais do que valorizar pesquisas, o DMB é uma convocação para que toda a cadeia agrícola repense sua relação com o solo. Os resultados mostram que o futuro da agricultura passa, sem dúvida, pelo equilíbrio do solo.”

TAGS: , , ,

BUSCA

CATEGORIAS

SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

ARQUIVO

Sem comentários no post Desafio Microbioma Brasil chega à 5ª edição reforçando o papel dos bioinsumos na agricultura sustentável

Deixe seu recado:

Nome: Obrigatório

E-mail: Obrigatório (Não será publicado)

Website:

Texto: Você pode usar tags XHTML

IBGE importação Perspectivas Oportunidade CNI PIB máquina Revista P&S Pesquisa Evento Feira Internacional da Mecânica inovação Meio Ambiente Industrial Artigo FIESP Investimento meio ambiente #blogindustrial sustentabilidade #revistaps Lançamento máquinas e equipamentos mercado Economia Feimafe tecnologia Feira indústria Site P&S Radar Industrial