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A inteligência artificial está avançando em todas as áreas do conhecimento, e o setor de treinamento e desenvolvimento não é exceção. Hoje, uma vasta gama de ferramentas já está disponível para criar capacitações do zero, gerar conteúdo, desenvolver cursos, formular perguntas e respostas, e até mesmo conduzir tutoriais para cursos online ou presenciais.

A possibilidade de criar treinamentos e cursos com o auxílio dessas tecnologias traz vantagens inegáveis como agilidade, precisão, economia de tempo e personalização em massa. Mas, até que ponto é possível confiar apenas na IA para criar conteúdos que realmente atendam às necessidades específicas de uma empresa?

Gosto de comparar a criação de conteúdo com uma grande fábrica de blocos de concreto os blocos de conhecimento. Assim como na construção civil, onde é fundamental começar com um bom projeto e uma arquitetura bem planejada, na educação corporativa é necessário estruturar a aprendizagem de forma cuidadosa. Primeiro, é importante identificar e utilizar os blocos de conhecimento já disponíveis. Depois, a empresa pode desenvolver internamente novos blocos com as ferramentas de autoria, assegurando que esses conteúdos reflitam seu DNA.

Pesquisas indicam que o uso de IA na educação está crescendo rapidamente. De acordo com um relatório da Research and Markets, o mercado global de IA na educação atingiu US$ 3,68 bilhões somente em 2023.

No Brasil, o uso de tecnologia em ambientes educacionais também está em ascensão. Um estudo da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior) aponta que 60% das instituições de ensino superior já utilizam alguma forma de tecnologia digital para potencializar o aprendizado, e esse número só tende a crescer.

A criação de cursos e treinamentos com ferramentas de IA pode parecer a solução perfeita para a padronização do conhecimento, o que pode ser útil para habilidades técnicas genéricas, mas não para destacar os diferenciais da empresa.

Quando todos os cursos são criados a partir dos mesmos parâmetros, utilizando as mesmas bases de dados e modelos de IA, corre-se o risco de uniformizar o aprendizado de tal forma que ele perca o toque humano, a personalização e a identidade da empresa.

Cada organização tem sua cultura, seus valores e sua forma única de operar. E essa singularidade é o que diferencia uma marca no mercado e é vital que ela seja preservada nos treinamentos.

É aqui que entra a importância da consultoria especializada na criação de treinamentos corporativos. Ferramentas de IA são poderosas, mas elas precisam ser orientadas por profissionais que compreendem as nuances da cultura organizacional e os objetivos específicos de cada treinamento.

A consultoria pode, por exemplo, analisar os materiais produzidos pela IA, ajustando-os para que estejam alinhados com a missão, visão e valores da empresa. Além disso, pode garantir que os treinamentos sejam verdadeiramente interativos, levando em conta as particularidades de cada equipe e a maneira como ela aprende melhor. O toque humano na revisão e adaptação dos conteúdos é o que transforma um treinamento comum em uma experiência de aprendizado única.

Em vez de ver a IA como uma substituta para o trabalho humano, as empresas devem considerá-la uma aliada poderosa. O seu verdadeiro valor na criação de cursos e treinamentos surge quando ela é utilizada em conjunto com a consultoria especializada, que pode garantir que cada conteúdo seja relevante, personalizado e eficaz.

O futuro da educação corporativa é, sem dúvida, híbrido – combinando o melhor da tecnologia com a sensibilidade e o conhecimento humano. E é nessa união que reside o sucesso dos treinamentos que realmente fazem a diferença.

*Luiz Alexandre Castanha, administrador de empresas com especialização em gestão de conhecimento e storytelling aplicado à educação, coautor do livro “Olhares para os Sistemas” e é CEO da NextGen Learning. Mais informações no site.

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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