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Pesquisa da Poli/USP faz diagnóstico do problema no Brasil e mostra a importância de leis mais rígidas e de incentivos para o uso do asfalto-borracha.

            As Resoluções do Conama, no 258/99 e 416/09, que obrigam fabricantes e importadores a dar destinação adequada para pneus inservíveis, não surtiram o efeito desejado. De 2002 ao primeiro quadrimestre de 2011, as empresas brasileiras deixaram de dar destinação adequada a cerca de 425 de milhões de pneus que não servem mais para rodar em automóveis, ônibus e caminhões, o que corresponde a 2,1 milhões de toneladas desse artefato. Nesse período, os importadores de pneus novos cumpriram 97,03% das metas estabelecidas; fabricantes, 47,3%; e importadores de pneus usados, 12,92%.

É o que mostra uma pesquisa feita pelo engenheiro mecânico Carlos Lagarinhos, em sua tese de doutorado Reciclagem de Pneus: Análise do Impacto da Legislação Ambiental Através da Logística Reversa, defendida em outubro, no Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), na qual foram comparadas as políticas de reciclagem de pneus da Europa e do Brasil; feita avaliação do sistema de logística reversa implementada pela associação que representa os fabricantes no país; e desenvolvido um modelo de logística reversa para a reciclagem.

Durante seu trabalho, Lagarinhos constatou que o alto custo da coleta e do transporte de pneus descartados é a principal dificuldade para a solução definitiva para a destinação correta desse material. Tampouco existe um trabalho conjunto entre os fabricantes e importadores de pneus do Brasil para o desenvolvimento de um modelo de logística reversa que reduza os custos, aumente a oferta de pneus servíveis (que podem rodar) para as empresas de reforma, por meio da seleção e triagem nos pontos de coleta. E não existem ações que visem aumentar a oferta de pneus inservíveis para atender a capacidade das empresas de pré-tratamento, coprocessamento, pirólise e queima em caldeiras.

Os consumidores também não fazem a sua parte para diminuir o problema. Segundo ele, hoje, ao fazerem a troca de pneus nas lojas e revendas 36% dos consumidores levam os usados para casa, achando que ainda existe algum valor neles. “Os fabricantes, importadores, revendas e distribuidores não divulgam programas de coleta e destinação dos pneus inservíveis para incentivar o descarte após a troca, pela população”, diz o pesquisador. A título de exemplo, para os 6,6 milhões de veículos licenciados no município de São Paulo, há na cidade apenas quatro pontos de coleta em convênio com a prefeitura, o que dificulta a coleta sistemática dos pneus inservíveis.

Para piorar, o descarte de pneus não é uma tarefa fácil. A maior parte acaba amontoada em grandes depósitos a céu aberto, que funcionam como verdadeiros criadouros de mosquitos transmissores de dengue, febre amarela e malária. “A disposição em aterros é inviável, porque são difíceis de comprimir, não sofrem biodegradação e formam um resíduo volumoso, que ocupa muito espaço”, explica o pesquisador. “Como se não bastasse, os pneus podem reter ar e gases em seu interior, fazendo com que tendam a subir para a superfície do aterro, rompendo a camada de cobertura. Com isso, os resíduos ficam expostos, atraindo insetos, roedores e pássaros e permitindo que os gases escapem para a atmosfera.”

Diante desse quadro, Lagarinhos acredita que o aproveitamento dos pneus usados como componente para asfalto seria uma forma de reduzir a quantidade deles nos depósitos a céu aberto e aterros sanitários. Ele propõe que os governos, em todos os níveis, deem incentivos para a utilização do asfalto-borracha na pavimentação de ruas e estradas. “A utilização do asfalto-borracha ainda é incipiente no País”, lamenta. De 2001 a 2010 foram pavimentados 4.900 km de rodovias no Brasil, com aproveitamento insignificante dos pneus descartados.

Outra medida seria o endurecimento da lei em relação à reciclagem de pneus. A Resolução do Conama nº 258/99, que, no ano de 2005, obrigava fabricantes e importadores a reciclar cinco pneus inservíveis para cada quatro pneus fabricados, foi substituída pela Resolução nº 416/09, segundo a qual os fabricantes e importadores só precisam reciclar os pneus vendidos no mercado de reposição. Ou seja, boa parte do passivo de pneus fabricados no País, continua sem destinação adequada. 

“Apesar de não atingir as metas estabelecidas pelo IBAMA, houve um avanço, uma vez que as metas eram muito difíceis de serem alcançadas”, pondera o pesquisador. “Criou-se, a partir da Resolução Conama no 258/99, um sistema de logística reversa que não havia anteriormente”, acrescenta.

Antes da aprovação da Resolução Conama no 258/99, somente 10% dos pneus inservíveis eram reciclados. Em 2010, foram montados 469 pontos de coleta pelos fabricantes. Atualmente são 1.884 pontos de coleta montados pelos fabricantes e importadores de pneus, sendo que 73,04% estão instalados em municípios com população acima de 100 mil habitantes. A quantidade de pontos de coleta representa 47,1% das revendas e distribuidores de pneus no Brasil. Em 2010, existiam 124 empresas cadastradas no IBAMA para as atividades de reciclagem e valorização energética de pneus inservíveis.

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  Devido ao crescente número de instrumentos, trocas e mercados, assim como a crescente granularidade dos dados, participantes nos segmentos de mercado de energia e serviços públicos precisam enfrentar o crescimento impressionante dos volumes de informação. Além disso, precisam preparar suas infraestruturas para as mudanças na supervisão dos envolvidos e nas regulamentações, em uma época de grandes incertezas. Os traders, produtores e concessionárias de serviços públicos de energia precisam mitigar o risco e o custo do negócio hoje, focando o gerenciamento de informações de modo mais eficiente para garantir uma maior precisão e qualidade dos dados e oferecer avaliações oportunas de posições e risco.

 Existem dez principais tendências direcionando as iniciativas de gerenciamento de negociações, risco e dados no segmento de mercado de energia e serviços públicos.

 Na área de negociações, as empresas de energia precisam de um melhor acesso à liquidez para melhorar as margens e reduzir os riscos; a demanda global e mudanças importantes nos mercados de energia aumentam os desafios de negócio em termos de crescimento, investimento e recrutamento; o custo e a competitividade crescentes exigem maior transparência e eficiência e um melhor gerenciamento das informações. Além disso, a necessidade de controlar custos e otimizar o capital está tornando a eficiência operacional uma prioridade máxima.

 Em relação a risco e regulamentos, devem ser destacados os regulamentos da Dodd-Frank, CFTC e outros órgãos reguladores de ação global, que estão impactando de forma significativa os participantes do segmento de mercado ao elevar a supervisão regulatória e os requisitos de relatórios. Novos requisitos propostos de relatórios e liberação de capital também afetarão um grande número de participantes ao exigir comportamentos modificados nas negociações. A volatilidade dos preços e as infraestruturas envelhecidas, por sua vez, estão tornando o gerenciamento de risco mais desafiador, levando a um maior reinvestimento em tecnologia.

 Na área de gerenciamento de dados, as crescentes complexidades no segmento de mercado causaram uma explosão de sistemas e dados; os volumes e a complexidade crescentes dos dados estão levando à demanda de uma mineração mais inteligente de dados para reduzir o custo e aumentar a precisão. Com isso, os produtores e concessionárias estão buscando tecnologias mais inteligentes para aumentar a eficiência, do campo à administração.

 Os agentes do segmento de energia estão enfrentando desafios sem precedentes, inclusive uma recuperação econômica lenta, preços achatados de energia e informações confusas sobre os regulamentos. Com isso, o gerenciamento das informações, as tecnologias de smart grid (rede inteligente de energia) e outras abordagens de inteligência de negócios podem ajudar os participantes a melhorar sua capacidade de gerenciar mudanças, reduzir custos e risco e melhorar a eficiência nas operações, entrega e serviços.

 Sobre as soluções para Energia e Commodities da SunGard

 As soluções para energia e commodities da SunGard ajudam as empresas de energia, corporações que compram hedge e empresas de fundos hedge e de serviços financeiros a competirem de forma eficiente nos mercados globais de energia e commodities, otimizando e integrando as negociações, o gerenciamento de risco e as operações de commodities físicas e seus instrumentos financeiros associados. Por meio de dados, conectividade e análise em tempo real, as soluções da SunGard para energia e commodities ajudam os clientes a obterem transparência e conformidade regulatória, abordarem transações de ponta a ponta e ciclos de vida operacionais e atenderem às necessidades de tempo de colocação no mercado com opções flexíveis de implementação.

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O estoque na indústria ficou muito acima do planejado em julho, com 53,9 pontos. O aumento nos estoques, registrado desde janeiro e que se intensificou em julho, com 53,4 pontos, tem provocado desaceleração no ritmo da produção industrial. No mês passado, a atividade do setor ficou estável, com 50,4 pontos. As informações são da Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira, 23.08. Os indicadores variam de zero a cem. Valores acima de 50 mostram evolução positiva, estoque acima do planejado ou utilização da capacidade instalada (UCI) acima do usual.

Segundo a pesquisa, a indústria operou em média com 75% de UCI, registrando 45,2 pontos no indicador. É o oitavo mês consecutivo de recuo no uso da capacidade instalada.

De acordo com o economista da CNI Marcelo de Ávila, mesmo com a desaceleração na atividade industrial, registrada desde o início do ano, os estoques indesejados tiveram um crescimento elevado em julho. “Como esses estoques precisam ser desovados, a produção industrial não deve crescer”, prevê. “Soma-se a isso o cenário desfavorável às vendas, pois tanto o mercado externo quanto o interno estão desaquecidos, os juros e a inflação estão em alta e há escassez de crédito”, completa Ávila.

Dos 26 setores da indústria de transformação, 22 operam com atividade abaixo do usual. Em relação ao porte das empresas, as pequenas registram queda na produção, as médias mostram estabilidade e as grandes apresentam crescimento. Entretanto, mesmo com produção crescente, as grandes indústrias também estão com a UCI em julho abaixo do usual para o mês. A evolução do número de empregados na indústria também está estável, com 50,1 pontos.

Expectativas – Apesar da desaceleração da indústria, os empresários do setor continuam confiantes na demanda do mercado interno, no número de empregados e nas compras de matérias-primas para os próximos seis meses, embora esse otimismo esteja menor.

As expectativas sobre a demanda recuaram de 61,9 para 61,3 pontos de junho para julho. O indicador de compra de matérias-primas diminuiu de 58,2 para 57,6 pontos e o de evolução do número de empregados foi de 54,2 a 53,2 pontos no período. Somente o índice de expectativas sobre as exportações ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos em julho, com 49,1 pontos, indicando pessimismo.

A pesquisa Sondagem Industrial foi realizada de 1º a 16 de agosto com 1.892 empresas, das quais 988 são pequenas, 638 médias e 266 de grande porte.

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 O principal gargalo enfrentado hoje pelas grandes obras de infraestrutura no País está nas medidas adotadas pelos órgãos de controle e pela Justiça que acabam acarretando longos períodos de paralisação, resultando em prejuízo para a sociedade que necessita de estradas, portos e aeroportos, entre outras obras. A avaliação foi feita por dirigentes da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção durante a entrevista coletiva na abertura da Construction  Expo 2011 – Feira Internacional de Soluções para Obras & Infraestrutura, que começou nesta quarta-feira, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.

O que eles defendem é que eventuais irregularidades detectadas numa obra sejam investigadas e os responsáveis punidos, se for o caso, mas sem prejuízo do andamento do serviço. “Obras que estão andamento, que foram licitadas e obedeceram integralmente o que prega a Lei 8.666 não devem ser paralisadas por uma ação do Ministério Público de Tribunais de Contas”, diz Mário Humberto Marques, vice-presidente da Sobratema.

Outro aspecto abordado pela direção da Sobratema na coletiva foi o da deficiência na qualificação de mão-de-obra no setor construção e mineração. “É preocupante esse aspecto, mas as empresas estão se mobilizando para melhorar essa formação”, diz Mário Humberto Marques, vice presidente da entidade. Nesse aspecto, ele lembra ainda que a própria Sobratema tem contribuído com a capacitação, pois o Instituto Opus, criado pela entidade e que em 2011 completa 10 anos, já formou 3.500 profissionais.

Essa questão da formação de profissionais para os segmentos de construção e de mineração, segundo os organizadores da Construction 2011 também deve ser abordado nas várias palestras do Sobratema Congresso, que acontece junto com os eventos – além da Construction está sendo realizada também a M&T Peças e Serviços – Feira Latina Americana de Peças e Serviços de Equipamentos para Construção e Mineração.

Ambos os eventos, que se prolongarão até o próximo sábado, devem atrair um público estimado de 25 mil visitantes. No total, os eventos reunirão 351 expositores, sendo 126 internacionais, que ocuparão uma área total de 28 mil m2. No caso da Construction, o grande diferencial é que ela foi baseada em salões temáticos

E são os seguintes os salões temáticos: Salão da Copa de 2014, que está exibindo uma réplica de um estádio de futebol; Salão Belo Monte, com detalhamento da usina hidrelétrica em construção no Pará; Vila do Aço, que reproduz ambientes feitos com estrutura de aço; Salão da Infraestrutura Ferroviária e do Trem de Alta Velocidade, dedicado às tecnologias e os desafios dos vários projetos na área ferroviária; Salão da Sustentabilidade, com foco na reciclagem de material de construção; e o Salão da Inovação, para a apresentação dos mais recentes projetos inovadores relacionados à área de construção. Está montada ainda uma Mostra de Equipamentos para pequenos canteiros, destinada a obras em lugares de difícil acesso aos grandes equipamentos.

Em todos os salões temáticos, a Sobratema contou com parcerias. No caso do Salão da Copa de 2014, a parceira é a Madarim Comunicação, responsável pelo conteúdo do Portal 2014 na web; na Vila do Aço é o Instituto Aço Brasil (IABr);  no Salão Belo Monte, é a empresa Norte Energia, responsável pela hidrelétrica que será construída no Pará; no Salão da Infraestrutura Ferroviária e do Trem de Alta Velocidade, o apoio vem da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer); o Salão da Inovação conta com o apoio da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei); o Salão da Sustentabilidade foi montado por empresas filiadas à Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon).

Planejados para ter o máximo de interatividade com os visitantes, por meio do uso dos mais modernos recursos da informática e da comunicação, os salões temáticos da Construction 2011 recriam, em diversos ambientes, um cenário no qual será possível identificar as novas tendências da engenharia, de novos materiais, tecnologias avançadas, métodos construtivos inovadores e recursos voltados para a preservação do meio ambiente.

 

Além da primeira edição da Construction Expo 2011 e da M&T Peças e Serviços, a Sobratema é a organizadora também da M&T Expo, a maior e mais importante Feira Latino-Americana de Máquinas e Equipamentos para Construção e Mineração, que será realizada em São Paulo em maio de 2012. Ela ainda é a realizadora do Sobratema Fórum de Infraestrutura e da Pesquisa nos Principais Investimentos nas Áreas de infraestrutura previstos no Brasil até 2016, uma análise consolidada dos 11 principais segmentos do mercado e da lista completa de 9.950 obras em andamento no País. Por fim, a entidade promove, desde 2004, o Estudo Sobratema do Mercado de Equipamentos para Construção.

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A ABIDIPA – Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Produtos Automotivos entende que a recente decisão do governo da Argentina de criar medidas como o dumping* para barrar a entrada de produtos estrangeiros naquele país é ineficaz e não deve surtir efeito prático para a economia local. “O Brasil tentou a mesma medida há dois anos e meio e os resultados têm sido incipientes”, avalia Rinaldo Siqueira Campos, presidente da ABIDIPA.

 Este ano, o governo da Argentina aumentou de 400 para 600 itens a lista de produtos que precisam de licenças prévias de importação. De acordo com Siqueira Campos, o ideal seria barrar a entrada de mercadorias subfaturadas e qualquer tipo de fraude nos processos de importação,  a verdadeira razão dos problemas enfrentados, tanto pelo Brasil quanto pela Argentina.  “Tem produto que sai da China, por exemplo, e entra no Brasil  e é vendido no mercado brasileiro com preço inferior ao preço fob da mercadoria e ainda é preciso calcular o custo da importação”, considera.

 O empresário cita como exemplo o pneu 295/80/R22.5  (pneu para caminhões) que custa na china em média 330 dólares fob. Ao chegar ao destino final, são aplicados 85 dólares de dumping e ainda os custos de importação que chegam a 80% do valor fob do produto. “Como é possível esse pneu ser vendido por 900 reais no mercado brasileiro? É essa conta que o Brasil e a Argentina precisam fazer na hora de tomar medidas para proteger as fabricais nacionais e incentivar a concorrência leal”, finaliza.

* O termo Dumping é utilizado para designar uma situação em que um determinado produto é vendido a um preço inferior num mercado estrangeiro do que no mercado doméstico. Utilizado também para designar uma situação em que o produto é vendido por um preço inferior ao seu custo de produção ou de aquisição.

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A indústria está perdendo espaço na economia brasileira. Ao longo dos últimos anos, o setor reduziu a participação no Produto Interno Bruto (PIB), no emprego e nas exportações. Mas os instrumentos para frear esse processo estão nas mãos do governo e do Congresso. Essa é a avaliação do diretor executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes. Ele participou nesta quarta-feira, 6 de julho, da audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), que discutiu os riscos de um processo de desindustrialização no país e a agenda em favor da competitividade industrial.

“Nossa agenda está sob nosso controle”, afirmou Fernandes. Para o diretor executivo da CNI, é preciso trabalhar para reduzir o custo Brasil, desonerando os investimentos e as exportações. Além disso, é necessário eliminar as assimetrias competitivas, como as provocadas pela redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas importações, incentivo concedido por alguns estados em prejuízo de outros.

Fernandes destacou que é também preciso investir na qualidade da educação e na inovação, aperfeiçoar a política macroeconômica garantindo maior controle dos gastos públicos e melhorar os mecanismos de defesa e  negociação comercial. “Tudo isso requer urgência. O tempo econômico é diferente do tempo político e o atraso poderá comprometer a indústria.”

Dados da CNI mostram que a participação da indústria no PIB brasileiro caiu de 35,9% em 1984 para 15,8% no ano passado. O setor que foi responsável por 30,6% de todos os postos de trabalho no país em 1985 hoje emprega apenas  17,4% do contingente de trabalhadores. As exportações industriais, que representavam 60,8% em 1993, hoje participam com 39,4% do total de bens e serviços vendidos ao exterior. Em compensação, as importações industriais aumentaram de 11,4% do total de compras externas do país em 2000 para 18,7% atualmente.

Segundo Fernandes, vários fatores contribuem para a perda de espaço da indústria. Questões macroeconômicas, como a instabilidade econômica dos anos 80 e do início dos 90, o novo padrão de crescimento global e a recente política econômica – que acelerou os gastos públicos, aumentou os juros e fortaleceu o real – contribuíram para a perda de participação da indústria na economia. E fatores estruturais, como o aumento da terceirização, a alta do custo de produção e o crescimento das despesas das famílias com serviços, como o de telecomunicações, que subtrai renda para gastos com outros produtos.

O mesmo diagnóstico também foi feito pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, que estimou em mais de 8 milhões os empregos diretos e indiretos na cadeia têxtil e de confecções. “O importador de tecido hoje está importando a peça pronta e matando toda a cadeia da confecção. Precisamos de um regime diferenciado de tributação para ganhar escala”, argumentou Diniz.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, lembrou que o setor emprega 360 mil pessoas e paga bons salários. “Quando o setor de confecção deixa de investir ou fecha uma fábrica, é a nossa indústria que deixa de vender máquinas e equipamentos”, contou Aubert Neto.

Para o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados, Sérgio Marques, há 15 anos os sindicatos alertavam para a necessidade de combater a importação de produtos de baixa qualidade. A saída, para ele, é investir em formação profissional e no combate à pirataria.

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No ano de 2010, os resultados líquidos das atividades decorrentes da indústria de artefatos da borracha alcançaram US$ 2,49 bilhões, sem a inclusão de impostos. O valor representa um aumento de 84,5% em relação a 2001, quando o resultado foi de US$ 1,35 bilhão. Já as exportações de artefatos leves – excluindo os pneumáticos – tiveram um salto proporcionalmente ainda maior. No mesmo período avaliado, o crescimento foi de 347%, passando de aproximadamente US$ 126,13 milhões para US$ 437,59 milhões. Esses e outros dados do mercado estão reunidos no Perfil da Indústria Brasileira da Borracha, que será apresentado hoje no seminário Panorama dos Mercados do Plástico e da Borracha.

Realizado pelo PDS – Plano de Desenvolvimento Setorial do Plástico e da Borracha de Diadema e Região, o encontro acontecerá nesta terça-feira, dia 28 de junho, das 19h às 22h, no auditório do CIESP Diadema (av. Fábio Eduardo Ramos Esquível, s/nº – Vila Mulford – Diadema), com entrada gratuita. O seminário irá analisar os setores do plástico e da borracha tanto no cenário nacional quanto no plano internacional.

O estudo Perfil da Indústria Brasileira da Borracha foi desenvolvido com base em informações organizadas pelo Sindibor, o Sindicato da Indústria de Artefatos de Borracha no Estado de São Paulo. A apresentação desse levantamento inédito permitirá que os participantes possam conhecer melhor as dimensões do setor em que atuam. O material inclui a estrutura da indústria da borracha (número de empresas e de funcionários, porte e distribuição das companhias por estado), produção e consumo de matérias primas e compostos de borracha, valor e volumes exportados e importados, capacidade instalada e indicadores de desempenho.

No seminário Panorama dos Mercados do Plástico e da Borracha serão apresentados painéis gerais sobre as alternativas e possibilidades de ampliação de mercados, destacando quem são os principais competidores e como desenvolver alternativas comerciais. Os palestrantes serão Gilmar do Amaral, gerente executivo do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado de São Paulo (Sindiplast), e Élcio Morelli, consultor de inteligência de mercados e pós-graduado em marketing na ESPM, com especialização em administração na FGV.

Serviço

Panorama dos Mercados do Plástico e da Borracha

Datas e horários: hoje, dia 28 de junho, das 19h às 22h

Local: Auditório do CIESP Diadema (av. Fábio Eduardo Ramos Esquível, s/nº – Vila Mulford – Diadema)

Informações: pelos e-mails desenvolvimento.empresarial@diadema.sp.gov.br / rosania.marques@diadema.sp.gov.br ou telefone (11) 4057-7426, com Ângela ou Sueli.

Entrada gratuita

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A produção de grãos do Brasil poderá aumentar de 23% até 2021, com a perspectiva de colheita de mais de 175,8 milhões de toneladas. E 2010, a safra foi de 142,9 milhões de toneladas. A estimativa, que leva em conta o cultivo de arroz, feijão, milho, soja em grão e trigo, divulgada em nota do Ministério da Agricultura.

Essa previsão leva em conta a expansão de 9,5% na área plantada até 2021. De acordo com o Ministério, as projeções para os próximos 10 anos foram feitas com base no cenário mais conservador.

Segundo estudo “Brasil – Projeções do agronegócio 2010/11 a 2020/21” projeta a produção de 175,8  milhões de t em 2021. No ciclo 2010/11, a previsão é de que a safra alcance 142,9 milhões de t. A expectativa é de que a produção de soja avance cerca de 25,9% nos próximos 10 anos, para uma colheita estimada de 86,5 milhões de t em uma década.

Até 2021, o governo estima que a área total de lavouras será de 68 milhões de hectares. Atualmente, a área plantada é pouco superior a 62 milhões de hectares. A  expansão deverá ocorrer por consequência do plantio de soja (que passará de 24,74 milhões de hectares pra 30 milhões de hectares,) e da cana, que deve subir de 9,42 milhões de hectares para 11,52 milhões de hectares.

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O início da safra da cana-de-açúcar , com aumento da oferta de álcool,permitiu queda de 11,34% do produto em maio, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o que ocasionou queda no IPCA(Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ), 0,77% em abril para 0,47% em maio.

A gasolina, foi de 6,26% em abril para 0,85% em maio. Especialistas dizem que os preços altos desestimularam o consumo, apesar da freada em abril, a gasolina acumula alta de 10,51% no ano. No coso do álcool, o aumento é maior: 16,22%.

Os combustíveis pressionaram o grupo transporte (alta de 4,98%) no ano, que teve um quarto da variação acumulada do IPCA no ano (3,71%). Alimentos tiveram aceleração de abril (0,58%) para maio (0,63%) por consequência do aumento das carnes (0,25%), do leite (3,15%) e do tomate (9,41%).

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Os preços do etanol hidratado dos postos brasileiros caíram em todos os 26 Estados e no Distrito Federal, conforme informações da Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na semana terminada em 27 de maio de 2011.

Em São Paulo, maior Estado consumidor, a queda foi de 4,12% na semana. Em um mês, as cotações do etanol recuaram 20,64% nos postos paulistas. A maior queda semanal foi verificada no Paraná, de 9,62% O preço médio em São Paulo ficou em R$ 1,696 por litro ante R$ 1,769 na semana anterior. No Paraná, o preço médio ficou em R$ 1,738 (R$ 1,923 na semana anterior).

Na média de preços do Brasil, a gasolina atingiu o equilíbrio com o etanol, de acordo com a ANP. Em relação à média do preço da gasolina no País, que foi de R$ 2,813 por litro, o preço do etanol é competitivo até R$ 1,969 por litro. Como o preço médio do etanol no Brasil está em R$ 2,076, os preços dos dois combustíveis estão no corredor de indiferença entre 70% a 70,5%.

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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