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Associação vê a aplicação da inteligência artificial na indústria com otimismo e destaca a capacidade de adaptação e inovação no país

Imagem de Freepik

Assim como todos os segmentos da economia, a indústria de alimentos brasileira passa por uma transformação significativa com a crescente integração da Inteligência Artificial (IA) em diversas etapas de sua cadeia produtiva. Desde a otimização da produção agrícola até a personalização da nutrição, a tecnologia demonstra um potencial enorme para aumentar a eficiência, impulsionar a inovação e garantir a segurança alimentar em um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo.

Claudio Zanão, Presidente Executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), avalia que a aplicabilidade de IA na indústria vai muito além do seu uso na automação dos processos. “Estamos falando da capacidade de prever comportamentos de consumo, testar produtos em tempo recorde, criar soluções mais personalizadas e sustentáveis, além de otimizar processos logísticos . Em um cenário global que exige cada vez mais eficiência, sustentabilidade e inovação, a IA surge como uma ferramenta poderosa em toda a cadeia produtiva, desde o campo até a mesa do consumidor”, acredita Zanão.

Para empresas de alimentos à base de grãos, especialmente no Brasil, há redução do desperdício e melhoria na eficiência da cadeia de suprimentos, além de auxiliar na geração de ideias e análise de tendências, identificando sabores, preferências e ingredientes, prevendo interações e aprimorando o valor nutricional. Também desempenha um papel crucial no controle de qualidade e conformidade de segurança e acelera a prototipagem e testes rápidos de novos produtos por meio de simulações e análise de sabor, compreendendo as preferências dos consumidores.

A cientista de alimentos Kantha Shelke, referência internacional em inovação, traz importantes reflexões em artigo publicado no Anuário Abimapi 2025. “Há exemplos positivos, como no Japão, onde a Nestlé usou algoritmos de IA para analisar dados de saúde individuais, hábitos alimentares e preferências por meio do programa Embaixador do Bem-Estar Nestlé. Os consumidores carregavam fotos de suas refeições por meio de um aplicativo e a IA analisava as imagens para fornecer recomendações dietéticas personalizadas”, explica Shelke.

Maurizio Scarpa, Diretor Geral da Barilla no Brasil, afirma que a empresa sempre se preocupou muito com tecnologia e inovação e, em 2017 montou um hub em Londres para análise de dados, e-commerce e inteligência artificial. “Uma das principais funções é a análise de tendência via big data, mídias sociais, comportamento humano, tudo isso para entender as tendências daqui a 10 e 20 anos. Como as pessoas vão se alimentar? Quando entendemos uma tendência atual já estamos atrasados, por isso é tão importante saber. Outra coisa que o hub faz é entender as tendências atuais para o marketing poder trabalhar estrategicamente”, conta. Além disso, um aplicativo desenvolvido pela Barilla para agricultores no Brasil usa fotos para identificar doenças e problemas de nutrição no trigo, utilizando tecnologia que envolve inteligência artificial.

Davi Nogueira, Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Selmi, conta que a indústria tem usado a inteligência artificial para a busca mais rápida de informações, como pesquisas de ingredientes de trabalhos científicos em todo o mundo, para encontrar inovações que atendam às necessidades dos consumidores brasileiros. “A gente avalia o que a gente pode melhorar naquele produto para que ele seja mais bem aceito, melhor consumido, estamos falando em conveniência, em personalização para o mercado brasileiro, considerando sazonalidade e regionalidade, devido à natureza continental do Brasil com diferentes hábitos de consumo”, explica.

Para Zanão, da Abimapi, o Brasil tem capacidade de adaptação e inovação. “Em termos de competitividade global, sabemos que os mercados mais desenvolvidos partem de uma base tecnológica mais consolidada. Mas a nossa vocação para a diversificação de portfólio, a eficiência logística e a criatividade no desenvolvimento de produtos são diferenciais que nos mantêm relevantes. O acesso às tecnologias emergentes exige investimentos, incentivos e estratégias de longo prazo, mas a Abimapi segue competitiva para garantir que a indústria brasileira esteja preparada para competir em um cenário cada vez mais digital e globalizado.”

Sobre a Abimapi

Uma das maiores associações alimentícias do país, a Abimapi representa mais de 90 empresas que detêm cerca de 80% do setor e geram mais de 260 mil empregos diretos. Só no Brasil, responde por um terço do consumo de farinha de trigo. Sua missão é fortalecer e consolidar as categorias de biscoito, macarrão, pão e bolo industrializados nos cenários nacional e internacional.

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Por Gino Paulucci Jr.*

O Brasil tem uma longa história industrial, mas também uma tradição de desafios que comprometem sua competitividade global. A ausência de uma política industrial sólida ao longo das décadas resultou em um setor produtivo que oscila entre ciclos de crescimento e retração, sem a previsibilidade necessária para investimentos de longo prazo. Agora, com a “Nova Indústria Brasil” (NIB) e outras iniciativas, surge uma oportunidade de fortalecer a base produtiva nacional e criar um ambiente mais favorável para a inovação e a sustentabilidade.

Uma política industrial eficiente precisa atuar em frentes complementares. Primeiramente, é imprescindível garantir um ambiente de negócios estável, com segurança jurídica e regulação adequada. A recente aprovação da Reforma Tributária é um avanço, pois reduz distorções que encarecem a produção industrial e dificultam a competitividade internacional das empresas brasileiras.

Ao eliminar a cumulatividade de impostos e desonerar investimentos e exportações, o setor produtivo ganha mais eficiência e competitividade.

Dentro da agenda de política industrial, temos ainda a depreciação acelerada, que permite que as empresas amortizem seus investimentos em maquinário e tecnologia de forma mais rápida. Essa medida incentiva a renovação do parque industrial brasileiro, estimulando a produtividade e reduzindo o tempo de retorno sobre o capital investido.

Com essa política, é possível modernizar o setor e impulsionar a eficiência operacional, tornando as indústrias brasileiras mais competitivas no mercado global.

O acesso ao financiamento também é um fator crítico para o fortalecimento da indústria nacional. A nova Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD), recentemente aprovada, amplia o funding para investimentos produtivos e reduz parcialmente os custos do crédito para a modernização industrial e em infraestrutura. Da mesma forma, iniciativas como o Fundo Clima e o Plano Mais Produção são importantes, pois, garantem que as empresas possam acessar capital a custos mais baixos para investir em soluções sustentáveis. E programas como o BNDES Mais Inovação e o Brasil Mais Produtivo têm um papel fundamental ao viabilizar algum financiamento para a adoção de tecnologias 4.0.

Mas o Brasil ainda enfrenta dificuldades em oferecer crédito competitivo para suas indústrias, especialmente quando comparado a países desenvolvidos que contam taxas básicas baixas, neste sentido entendemos serem imprescindíveis ações que permitam a redução consistente da taxa básica de juros.

O Brasil precisa urgentemente modernizar e aumentar seu estoque de capital produtivo, precisa melhorar a sua produtividade para evitar os chamados “voos de galinhas” e para competir globalmente. Somente com investimentos robustos o país terá condições atingir a esses objetivos crescendo de forma sustentada.

Precisa também de mão de obra qualificada. Iniciativas que aproximam o setor produtivo de instituições de ensino, como as parcerias com SENAI e institutos federais, são importantes para preparar profissionais para um mercado em constante transformação. Mas é necessário expandir essas políticas para garantir que as empresas tenham acesso a trabalhadores capacitados, impulsionando a inovação e a competitividade.

Por fim, a sustentabilidade deve estar no centro das decisões estratégicas do país. O incentivo ao uso de tecnologias limpas deve ser tratado como prioridade. O mundo precisa urgentemente caminhar para uma economia de baixo carbono, e o Brasil tem todas as condições de liderar essa transição.

A história nos mostra que os países que investiram de forma consistente em sua indústria são os que mais prosperaram. Para alcançar esse futuro promissor, precisamos de continuidade e comprometimento na execução de políticas públicas, com trabalho em conjunto do governo, setor produtivo e sociedade.

O Brasil não pode mais perder tempo com soluções paliativas. A hora de agir é agora.

* Gino Paulucci Jr. – Engenheiro mecânico, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ

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Por Alexandre Pierro

Inovar não é mais um diferencial do mercado, mas algo essencial para garantir a sobrevivência e prosperidade no segmento atuado – o que torna os incentivos fiscais para a inovação no país aliados estratégicos para um maior fomento nesse sentido. No setor industrial, o qual representa um grande peso para a economia brasileira, investir nesses recursos será de extrema importância para alavancar seu desempenho, principalmente, no caso da Lei do Bem.

Diante de um mercado cada vez mais automatizado e conectado, já está mais do que comprovado a relevância da inovação para assegurar a continuidade das operações, contribuindo também para seu destaque competitivo frente dos empreendimentos internacionais. E, para impulsioná-la internamente, existe uma extensa gama de tecnologias robustas que vêm sendo fortemente investidas pelos negócios, tais como a inteligência artificial, Big Data, blockchain, BI e Internet das Coisas (IoT).

No caso específico do setor industrial, investir nessas tecnologias e acompanhar demais tendências que despontam no mercado é, certamente, algo importante para que tenham em mãos recursos robustos que permitam a otimização, automação e maior produtividade de suas operações, favorecendo a redução de custos e maior retorno sobre o investimento (ROI). Em conjunto a isso, os mecanismos de fomento à inovação também vêm ganhando maior destaque e conhecimento como ferramentas economicamente valiosas a fim de viabilizar investimentos constantes nesse sentido.

Apenas em 2024, como prova dessa relevância e maior procura, o financiamento para a inovação na indústria atingiu seu recorde histórico de R$ 34 bilhões, total equivalente aos recursos aprovados pelo BNDES, FINEP e Embrapii no contexto da Nova Indústria Brasil (NIB). Quanto maior for este apoio, maior será a aderência a outros mecanismos também benéficos para financiar as atividades deste setor, como pode ser permitido através da Lei do Bem – a qual, que, desde 2005, vem oferecendo incentivos fiscais a empresas que investem em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica (PD&I).

Com essa Lei, as empresas conseguem restituir impostos do ano anterior através da comprovação do respectivo investimento, caso atendam alguns requisitos para gerar inovações. Na prática, ao restituir parte dessas quantias direcionadas ao processo, as companhias conseguem maximizar seus investimentos neste projeto e nas ações futuras de inovação no negócio, tendo verbas para buscar estratégias cada vez melhores para seu desempenho e destaque.

Portanto, a adoção de inovações por parte das empresas, além de melhorar sua eficiência e eficácia, também ajuda na gestão financeira, uma vez que passam a ter a oportunidade de restituir valores significativos por causa da inovação, cujo budget adicional pode ser utilizado para gerar mais inovação, fazendo com que, a cada ano, melhorem seus resultados e se tornem cada vez mais competitivas no mercado nacional e internacional.

Àquelas que desejarem recorrer a este incentivo, poderão buscar por agências e entidades de fomento que ofereçam subsídios, bolsas de pesquisa e financiamentos para projetos de pesquisa e desenvolvimento que se enquadrem nos critérios da Lei do Bem. Considerar, também, investidores-anjo, venture capitalists e fundos de private equity é algo vantajoso, uma vez que são fontes importantes de capital para startups e empresas inovadoras – além desses investidores, frequentemente, oferecerem mentoria e rede de contatos.

Muitos estados e municípios também oferecem programas específicos para estimular a inovação, junto a agências de desenvolvimento regional e secretarias de ciência e tecnologia que costumam lançar editais e linhas de crédito específicas para esse sentido. Todos esses caminhos podem contribuir para que as empresas do setor consigam usufruir dos benefícios da Lei do Bem e adquirir uma melhor gestão financeira para reinvestir em ações estratégicas para seu crescimento.

E, para garantir a máxima assertividade nisso, é de extrema importância também considerar a orientação de uma consultoria de inovação, com um time capacitado que se mantenha atualizado às tendências da área e direcione a empresa no melhor caminho para transformar ideias inovadoras em geração de valor. A soma desses cuidados, certamente, transformará a indústria em uma referência inovadora, obtendo incentivos fiscais estratégicos para fomentar, constantemente, suas operações perante um desempenho e produtividade cada vez maiores e melhores.

Alexandre Pierro é mestre em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e especialista de gestão da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.

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Por Wander Silveira, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Flexível

A indústria química é fundamental para atender às necessidades da sociedade. O setor fornece a grande maioria dos materiais para todos os produtos fabricados e à medida que os produtos químicos se tornam mais sustentáveis há um efeito multiplicador significativo nas demais cadeias.

Quando a indústria química reduz as suas próprias emissões e investe em ações como eficiência energética, adoção de energia limpa e renovável, faz o consumo responsável de água e usa os recursos naturais de forma consciente. O setor consegue ser mais eficiente, sustentável e colabora para a redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE).  

Isso é importante, pois segundo a Fundação Ellen MacArthur, criada com o objetivo de acelerar a transformação para uma economia circular, 55% das emissões de gases do efeito são provenientes do uso de combustíveis fósseis.  

Mas os esforços para enfrentar a crise climática não podem ficar concentrados na transição para energias renováveis e eficiência energética, já que os demais 45% são provenientes da produção de alimentos e bens de consumo duráveis e não-duráveis e é aqui que a indústria química mais pode contribuir.  

Quando o setor cria políticas de gestão de resíduos, desenvolve materiais biodegradáveis e/ou recicláveis, adota ações de logística reversa e faz a gestão apropriada de resíduos, é criada uma cadeia de valor que impacta seus clientes e o consumidor final.  

Inovação e sustentabilidade

As empresas que estão preocupadas com a sustentabilidade investem em tecnologias de baixo carbono e no desenvolvimento de produtos feitos a partir de materiais de base renovável. Exemplos como o plástico feito a partir de cana-de-açúcar e o poliol, produto que compõem o poliuretano, feito a partir de ésteres graxos ou ácidos graxos de origem vegetal, como resíduos do agronegócio, são produzidos pela indústria química e adotados pelos setores clientes.    

Mas para que esses avanços sejam bem-sucedidos é necessário garantir o progresso dos produtos feitos com base renovável entre as indústrias da cadeia de valor. As empresas, clientes do setor químico, precisam ter o interesse em adotar os produtos de base renovável e que geram menos impacto ambiental na sua produção e na da própria indústria química. E os consumidores precisam estar cientes de que produtos feitos com base em materiais renováveis e resíduos de outros setores produtivos estão disponíveis no mercado e oferecem a mesma qualidade que os produtos feitos a partir de petroquímicos.  

A sustentabilidade não deve focar apenas na preservação do meio ambiente. A melhora de processos para torná-los mais eficientes e a criação de produtos inovadores e sustentáveis, de forma a não comprometer os recursos naturais no futuro e não prejudicar o meio ambiente, é importante.  

Ao mesmo tempo, a inovação precisa continuar sendo viável financeiramente para que seja possível investir em pesquisa, pois apenas dessa forma o setor é capaz de desenvolver produtos cada vez mais sustentáveis, que ajudam toda a indústria a estar preparada a atender as futuras demandas da sociedade.

Benefícios e parceria

Além dos benefícios ambientais, o investimento na sustentabilidade também pode trazer benefícios econômicos. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) a utilização mais eficaz dos recursos naturais pode injetar US$ 2 trilhões na economia global em 2050.  

E de acordo com o relatório Planet Positive Chemicals, do Center for Global Commons, da Universidade de Tóquio, a transição global para uma economia circular e com zero emissões é uma oportunidade para a indústria química aumentar o volume de produção anual em duas vezes e meia até 2050. Ao criar soluções que possibilitem outros setores transitarem para uma economia de baixo carbono seria possível criar, a nível global, 29 milhões de novos empregos, sendo 11 milhões na indústria química.

Este ganho pode ser alcançado através do aumento do volume de negócios proveniente de novas atividades como o desenvolvimento, a produção e a manutenção de produtos circulares e que requerem uma mão-de-obra especializada.  

Além disso, novos modelos de negócios circulares centrados na reutilização, reparação e refabricação oferecem oportunidades de inovação significativas para as empresas aproveitarem e redesenharem a sua abordagem empresarial maximizando as reduções de emissões e mantendo-se competitivas.

Para que a adoção de uma economia mais circular aconteça é necessário aumentar colaboração entre a indústria química, que precisa conhecer as dificuldades e necessidades, e a cadeia produtiva. Ao ajudar os fabricantes a adotarem a circularidade, as empresas químicas tornam-se parceiros capazes de ajudar as marcas a responder rapidamente às mudanças legais e as preferências dos consumidores.

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A indústria de transformação começou o ano com avanço da maioria dos Indicadores Industriais. De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na passagem de janeiro para fevereiro, os indicadores de faturamento (+2,4%), horas trabalhadas (+2,3%) e emprego (+0,5%) mantiveram o avanço também registrado na transição de dezembro de 2023 para 2024.

“Alguns pontos que podem estar proporcionando um ambiente econômico mais favorável para indústria de transformação são a inflação moderada, a Taxa Selic em queda, a expectativa de melhora nas concessões de crédito em 2024 e o caráter aquecido no qual o mercado de trabalho se encontra”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

Dois indicadores da pesquisa apresentaram estabilidade em fevereiro de 2024. A massa salarial registrou -0,1% de janeiro para fevereiro e a utilização da capacidade instalada (UCI) ficou com 78,7% no segundo mês deste ano.

O único indicador que apresentou recuo na transição do primeiro para o segundo mês do ano foi o que mede o rendimento médio dos trabalhadores: -0,5% na série livre de efeitos sazonais. Ainda assim, o indicador também apresentou aumento (+3,2%) quando comparado com fevereiro de 2023.

Nesta edição da pesquisa, foram consultadas 1.034 indústrias de transformação, entre 1º e 26 de março.

Indicadores tem novo método de apuração dos dados

Em fevereiro de 2024, a pesquisa Indicadores Industriais passou por uma modernização na plataforma utilizada para coleta e cálculo dos dados e, com isso, as séries históricas foram recalculadas.

Entre as razões para esse recálculo, destacam-se as revisões de valores previamente informados pelas empresas e o tratamento dispensado a identificação e correção de valores discrepantes (outliers).

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Por um Brasil Eficiente

Icone Sem categoria | Por em 7 de abril de 2024

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Por Carlos Rodolfo Schneider – empresário

A comemorar a aprovação no Congresso Nacional, ao apagar das luzes de 2023, de uma etapa da reforma tributária, aquela que trata dos impostos sobre o consumo. Foram décadas de discussões, de idas e vindas, para tentar alguma simplificação na caótica estrutura de impostos do país, certamente a mais confusa do planeta. Mas o resultado não foi nota dez. Conseguimos uma nota sete, deu para passar de ano.  A quantidade de exceções à alíquota padrão acolhidas nas duas casas do Congresso, garantindo privilégios a grupos de pressão, permitem prever desdobramentos: comprometimento parcial da simplificação que se buscava; aumento da alíquota para os demais setores, não beneficiados com regimes especiais (considerando que por pressuposto o governo não quer perder arrecadação), provavelmente para a alíquota mais alta do mundo; e criação de inúmeras oportunidades para questionamentos judiciais de atividades buscando enquadramentos favoráveis.

A dificuldade de se fazerem reformas no país, ressalvados alguns importantes avanços nos últimos anos, vem de dois fatores principais: dificuldade da sociedade brasileira de fazer escolhas e a defesa do status quo, de interesses, de privilégios, por grupos, segmentos, regiões. Todos são a favor das reformas desde que não mexam com os seus “direitos”, às vezes até transformados em “direitos adquiridos”, garantidos constitucionalmente. Isso tem retardado as mudanças e levado a nos conformarmos com o politicamente possível, abrindo mão do necessário. Logicamente num regime democrático as mudanças devem ser negociadas, mas temos nos conformado com avanços modestos, que emperram o crescimento do país.

Por definição, a eficiência do gasto público é menor do que a do gasto privado, pelas necessárias amarras e controles que precisa haver no setor público, e pelas variáveis políticas frequentemente presentes na alocação dos recursos. Então, quanto maiores as transferências da sociedade para o Estado, via impostos, maior a ineficiência na alocação de recursos do país. Como o Brasil tem a maior carga tributária entre os países em desenvolvimento, potencializamos a ineficiência. Além do que, estudos têm demonstrado que nós temos a pior relação do planeta entre impostos cobrados e retorno à sociedade. Lembrando que tributos foram criados para que o governo preste serviços, mas são hoje dispendidos majoritariamente para manter a máquina pública. Algo como 20% do PIB. E a discussão não é sobre escolha entre Estado grande ou pequeno, e sim entre Estado forte e ágil versus obeso e ineficiente. Sem desmerecer os muitos bons servidores, que na realidade não são reconhecidos, por receberem o mesmo tratamento dos de baixo desempenho, por falta de uma verdadeira meritocracia.

Como bem destacou a agência de rating S&P Global Ratings Brasil na recente elevação da nota soberana do Brasil, reconhecendo alguns avanços como a reforma tributária: “o componente ausente tem sido a falta de progresso para lidar com os gastos grandes, rígidos e ineficientes do governo”. E sabemos que o novo arcabouço fiscal não pretende cuidar do crescimento do gasto, pelo contrário, permite a expansão das despesas acima da inflação, o que exige, de outro lado, um crescimento contínuo da arrecadação. E o Ministro da Fazenda, que deveria estar preocupado com a eficiência do gasto e a sustentabilidade do crescimento econômico, não tem feito outra coisa senão buscar mais impostos para cobrir o crescimento do gasto público. Tanto que o Ministério da Fazenda já vem sendo chamado de Ministério da Arrecadação. Com isso o aumento da carga tributária está sacramentado e o crescimento do Custo Brasil é certo, diante de uma sociedade que não reage, e de um setor financeiro que se preocupa com o equilíbrio das contas públicas, o que é importante, mas não se preocupa com o nível de extração de riquezas da sociedade para cobrir ineficiências públicas, o que é pelo menos igualmente importante.

O Estado precisa aprender a gastar com mais eficiência o enorme volume de recursos que já arrecada. Temos que entender que o avanço vem de gastar melhor e não de gastar mais. Como na educação, onde gastamos perto de 6% do PIB, mais do que países que são referência e têm as melhores colocações no teste PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), em que estamos entre os últimos colocados. Gastar mais significa consumir hoje, gastar melhor significa pensar no amanhã. Os países só evoluem quando investem no futuro, quando conseguem transformar o seu potencial em PIB potencial.

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À medida que o número de habitantes no planeta aumenta, os desafios do setor de alimentos e bebidas também crescem. Estima-se que a população global deve ultrapassar a marca de 10 bilhões de pessoas por volta de 2060, e a quantidade de comida necessária para alimentá-la até o final do século pode precisar aumentar em quase 80%, de acordo com um estudo feito pela Our World in Data.

Responsável por abastecer cerca de 10% da população mundial (ou 800 milhões de pessoas), de acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o Brasil destaca-se significativamente nesse cenário. Com a visibilidade, vêm também o ímpeto de tornar o setor mais eficiente e encontrar formas inovadoras de desenvolvê-lo. Afinal, com o aumento da população e a crescente demanda do segmento, garantir a qualidade e a entrega tornou-se mais complexo. Diante das mudanças de comportamento ao longo das gerações, manter a competitividade e lidar com as novas exigências tornou-se uma árdua missão. 

“Na adequação da indústria de bebidas e alimentos para as próximas gerações, precisamos considerar o envelhecimento da população; os hábitos da geração Z, que contemplam práticas de sustentabilidade; e a urbanização, que engloba os tão falados e atuais serviços de delivery. Nunca é só um fator, a inovação precisa considerar o cenário macro e atuar em todas as frentes que ele exige”, afirma Rodrigo Bürgers, partner director da Play Studio, empresa da multinacional brasileira FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios.

Os serviços de delivery, por exemplo, têm crescido expressivamente com o passar dos anos; aliás, o Brasil figura em primeiro lugar no ranking dos países da América Latina que mais utilizam o serviço de entrega, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Esse aumento na demanda está diretamente ligado à busca constante por maior conveniência no momento do pedido, impulsionando os usuários a procurarem métodos de pagamento mais rápidos e seguros.

“A velocidade é um aspecto de grande destaque. Com a explosão do serviço de delivery, os usuários estão cada vez mais exigentes quanto à praticidade no momento do pagamento, integrada diretamente no aplicativo utilizado. É com este intuito que a FCamara desenvolveu os Iniciadores de Pagamentos, uma solução implementada na terceira fase do Open Banking, que possibilita o uso do Pix em qualquer plataforma online, proporcionando aos consumidores uma jornada de compra mais simplificada”, explica Bürgers.

Podemos observar, ainda, uma mudança de comportamento da população com relação à alimentação. Além do delivery, muitas pessoas passaram a substituir a comida tradicional por formas mais rápidas e práticas, como congelados e refeições prontas. Segundo dados da GrandView Research, até 2027, o setor global de alimentos congelados terá crescido 13,5% ao ano e movimentado pelo menos US$ 380 bilhões.

A adaptação para satisfazer a geração Z emergiu como uma tendência marcante, gerando novas oportunidades para diversos setores, mas principalmente para a indústria e para o varejo. Isso porque esse grupo tem demonstrado uma clara predileção por alimentos naturais e orgânicos, aderindo ao vegetarianismo e mostrando menor propensão ao consumo de bebidas alcoólicas. Ao considerar isso, torna-se evidente que tais mudanças de comportamento possuem o potencial de influenciar o mercado e prever as futuras demandas dos consumidores, criando a uma necessidade iminente do setor pela adoção de estratégias que estejam alinhadas às expectativas desse público em ascensão.

“É crucial que as empresas priorizem ações estratégicas e pontuais quando falamos em sustentabilidade, além de inserir esse discurso à cultura da instituição. O ideal é que essas ações sejam eficazes e assertivas na preservação dos recursos. Boa reputação e economia de custos são consequências naturais desse movimento”, afirma.

 Assim como a geração Z tem influenciado o setor, o envelhecimento da população também merece destaque. Segundo o IBGE, a projeção para 2050 é de que o número de brasileiros com mais de 60 anos ultrapasse os 60 milhões. Essa realidade está diretamente relacionada aos avanços tecnológicos e a busca por um estilo de vida mais saudável, incluindo uma alimentação balanceada.
 

Esta tendência não apenas impacta os setores antes mencionados, como também na indústria farmacêutica, que necessita se preparar para disponibilizar recursos cada vez mais apropriados a esse público. “Com o envelhecimento da população e a busca por um estilo de vida saudável, as empresas deste setor precisarão se adaptar às demandas do consumidor ao oferecer produtos alinhados à promoção de saúde e prevenção de doenças. Com isso, fica evidente a grande oportunidade de inovação na indústria farmacêutica, incluindo formas diferenciadas de atender a uma população envelhecida e em crescimento”, conclui.

Foto: Helena Lopes

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A Delfia, curadoria de jornadas digitais, anuncia os resultados que a Messer, subsidiária brasileira da empresa alemã de gases industriais, medicinais e especiais, conquistou com a solução de segurança Zero Trust Network Access da Zscaler. A extrema complexidade dos processos de fabricação de gases para áreas como saúde, metalurgia, alimentos/bebidas, solda, corte, química e engenharia faz com que segurança seja algo inerente ao DNA da Messer Gases. Um dos pilares da organização é o respeito aos dados pessoais de clientes, fornecedores e colaboradores, algo concretizado na busca constante de conformidade à LGPD. Para reforçar o valor de segurança da organização, os profissionais de TI e cybersecurity da Messer consideravam necessário, num primeiro momento, intensificar os controles aplicados ao acesso remoto ou presencial de colaboradores. Esse grupo inclui profissionais de todas as regiões do Brasil e de fora do país. “Temos segurança como valor fundamental, e por mais que esses acessos estivessem equacionados, acontecendo por meio de VPNs, desejávamos elevar a postura de segurança tanto dos usuários como de seus dispositivos. A meta era ganhar um controle granular sobre cada log, cada acesso, cada configuração de máquina. Com ajuda dos curadores Delfia, identificamos que o conceito ZTNA nos ajudaria a resolver essas demandas”, define Lucas Ferrão, analista de Infraestrutura da Messer Gases Brasil.

Nessa jornada, a Messer somou os serviços de curadoria, POC, projeto e implementação da Delfia à solução Zscaler. O resultado é uma experiência de usuário sem atritos e segura. “O número de chamados realizados ao nosso Service Desk por incidentes de acesso baixou a zero. É uma realidade em que a segurança acontece sem causar enroscos, facilitando o trabalho de todos”, resume Ferrão. Para o time de segurança e TI, esse processo também foi suave: em apenas duas semanas o Zscaler tornou-se parte das operações da empresa. 

Para Rodrigo Bocchi, CEO da Delfia, a Messer Gases é um exemplo de uma implementação bem-sucedida do conceito ZTNA. “Sabemos que algumas organizações lutam para realizar esse salto, que demanda um novo mindset de todos os envolvidos. De forma direta e simples, a solução Delfia/Zscaler na Messer reuniu o melhor de vários mundos: a maturidade da cultura digital da Messer Gases, o rigor e a metodologia dos curadores Delfia e, finalmente, a agilidade da plataforma Zscaler. A complexidade é inimiga da segurança”.

A busca por excelência em segurança na Messer Gases Brasil fará com que, no futuro, a empresa passe a utilizar o Zscaler nos smartphones dos times de manutenção de plantas industriais e centros de distribuição da Messer.

Confiança zero, privilégio mínimo  

O modelo Zero Trust assume que a violação já aconteceu – isso é parte fundamental da mentalidade de confiança zero. As soluções ZTNA são baseadas no conceito de privilégio mínimo: nunca confie, sempre verifique. A meta é oferecer acesso mínimo a recursos e a usuários. Deixa de ser importante se o profissional está dentro ou fora do perímetro da Messer Gases– seja uma planta industrial, uma filial, um centro de distribuição, a sede nacional em Alphaville. Independentemente de onde esteja localizado, o usuário é desafiado, por várias funções automáticas de autenticação e checagem de contexto, a provar que possui as credenciais necessárias. O modelo ZTNA não confia em usuário ou dispositivo algum por default. Essa abordagem aumenta a postura de segurança da organização, detectando inconsistências, ameaças e bloqueando acessos indevidos.

Ao definir que algumas das VPNs da Messer Gases seriam substituídas por VPNs inseridas dentro do conceito ZTNA, Ferrão determinou, também, que a solução deveria ser na nuvem, leve e com menor demanda sobre a infraestrutura de rede da empresa. Buscava-se contratar a solução como serviço. Era necessário, ainda, checar a performance e a usabilidade da plataforma ZTNA dentro de um quadro com múltiplos perfis de usuários e de dispositivos de acesso. “A granularidade da plataforma era algo crítico para nós – queríamos uma solução que facilmente nos ajudasse a definir, por exemplo, que o usuário X poderia ter acesso ao recurso A, mas não ao B e ao C”, detalha Ferrão.

Inventário de perfis de usuários e de dispositivos de acesso

Para suportar o processo de seleção da solução, POCs foram realizadas com alguns fornecedores do mercado. Ao final do dia, a escolha ficou com a solução Delfia/Zscaler. Para não sobrecarregar o ambiente digital da Messer Gases, a POC foi realizada na nuvem, no ambiente Zscaler NFR (Not for Resale) da Delfia. “Neste teste, feito com o apoio dos curadores Delfia, chegamos a simular a interação de alguns colaboradores com a plataforma. Os usuários gostaram da solução. Para a TI, foi importante, também, verificar a aderência da solução ao Azure AD”, explica Ferrão.

A solução está em operação desde 2022 na Messer Gases, e o time de TI e segurança já fez uma avaliação dos resultados entregues. Há, agora, um inventário dinâmico e variado dos perfis de usuários, chegando a mapear detalhes da configuração e atualização de patches dos devices usados pelos colaboradores. Ficou mais fácil, também, ter um controle granular sobre o quanto cada usuário está consumindo em volume de informações.

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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