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*Eloi Fernandes

O crescimento do Brasil tem colocado as diferentes vertentes da engenharia ainda mais em foco. E, para muito além das áreas tradicionais, ligadas à construção civil e à mecânica, hoje já contamos com profissionais que lidam com temas de diferentes naturezas. Um bom exemplo dessa renovação da categoria é a figura do Engenheiro Florestal. Ainda que, se comparado a outros campos de estudo, a Engenharia Florestal venha a ser considerada nova – o primeiro curso no Brasil foi implantado em 1960, na cidade de Viçosa, Minas Gerais – a área já é avaliada como um dos alicerces que contribuirá diretamente para o desenvolvimento do país.

E não é por menos. Responsável por estudar as diversas formas de utilização sustentável dos recursos naturais, esse profissional lida diretamente com a complexidade dos ecossistemas. Em termos práticos, ele pode desenvolver ações de recuperação de áreas degradadas, planejar o manejo de florestas nativas ou plantadas, bem como projetar os impactos ambientais provocados pela atividade humana, como instalações de indústrias. Uma carreira profissional que prevê o conhecimento científico aplicado à realidade e às necessidades sociais.

O cenário da Engenharia no Brasil

Neste mês em que celebramos o Dia Nacional do Engenheiro Florestal cabe reforçar que, ao tudo indica, temos tantos motivos para ficarmos preocupados quanto para comemorar. Isso porque aproximações do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) mostram que há um déficit de 20.000 engenheiros/ano em nosso país. Para complementar, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que se tivermos um crescimento médio de 3.5% na economia, em 4 anos não teremos o número de profissionais necessários. E temos muito que fazer, pois em 2008 conseguimos formar cerca de 47 mil engenheiros, enquanto Rússia e Índia tiveram 190 mil e 220 mil, respectivamente.

Uma profissão que tem a cara do Brasil

Desde seu descobrimento, o Brasil tem sido reconhecido internacionalmente por suas riquezas naturais e, nos últimos anos, a gestão sustentável desses ativos tem se tornado um diferencial importante para as nações que querem alcançar um crescimento sólido. Nesse sentido, o Engenheiro Florestal aparece como engrenagem fundamental a serviço do desenvolvimento do país. E acredita-se no potencial das universidades e centro de estudos voltados à área florestal.

Um grande exemplo é a Escola Superior de Agricultura “Luiz Queiroz”, a ESALQ, integrante da Universidade de São Paulo (USP), onde o curso de Engenharia Florestal, bem como em outras universidades, tem duração de cinco anos e prepara os alunos para a coordenação de projetos. Já em Botucatu, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) oferece área extensa para a aplicação da teoria: são três fazendas experimentais, que totalizam 2.500 hectares, incluindo enormes áreas de reflorestamento, que abastecem com matérias-primas as indústrias instaladas na cidade. Outros centros se destacam na Região Sul do país, onde as empresas de reflorestamento ampliam suas atividades, respeitando a conservação das áreas de florestas naturais e de preservação permanente.

Neste cenário de preocupação ambiental e necessidade de manejo dos recursos naturais, o Engenheiro Florestal já se consolida como uma profissão-chave no crescimento sustentável brasileiro. Assim, torna-se premente incentivar a área para que, cada vez mais, esses profissionais possam desvendar as possibilidades do manejo florestal.

*Eloi Fernandes é diretor de Vendas – Brasil da Husqvarna, multinacional sueca líder global na fabricação de equipamentos para manejo de áreas verdes.

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As empresas socialmente responsáveis brasileiras ganham força e investem cada vez mais neste setor e conceito. Este perfil empresarial ganhou destaque de rentabilidade no último ano.

Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo online e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha), a Anbima (associação das entidades do mercado financeiro) mostram que fundos enquadrados nas categorias Sustentabilidade e Governança Corporativa tiveram retorno de 10,54% , na média,no período de 12 meses. O Ibovespa, principal subiu 4,5%, no mesmo período.

“Esse mercado tem crescido porque o interesse nesse tipo de investimento também é ascendente. E os produtos surgem à medida que a demanda cresce”, diz Sônia Favaretto, diretora de Sustentabilidade da BM&FBovespa(fonte Folha online).

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Durante o Fórum ABINEE TEC, realizado nesta segunda-feira (28), o presidente mundial da IEC – International Electrotechnical Commission -, Klaus Wucherer, fez uma apresentação sobre o tema As Normas Internacionais como Facilitadoras do Comércio Internacional.

Segundo ele, a importância das normas no mercado globalizado cresce cada vez mais e o seu papel é harmonizar regras, especificações e recomendações de performance para bens eletroeletrônicos. “As normas servem para estabelecer um mercado global e competitivo justo”, disse. Wucherer citou um estudo norte-americano apontando que países que aplicam normas diferentes das internacionais têm impacto negativo de cerca de 3% em suas exportações.

Durante sua exposição, o presidente da IEC destacou exemplos de trabalho da comissão, como no que diz respeito ao crescimento do consumo de energia, que gera uma série de desafios. “A IEC contribui para o uso eficiente da energia elétrica e a substituição de tecnologia pouco eficientes”, afirmou.

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A empresa oferece Melhores Práticas Comerciais com intuito de aumentar ainda mais as vendas e faturamento de seus clientes

Factura é uma palavra que provém do latim e significa Faturamento, justamente o negócio que a empresa, que leva e mesmo nome, atua desde 2002. O foco da Factura é assessorar empresas na área comercial, oferecendo as Melhores Práticas Comerciais. Seu idealizador e diretor Gustavo Dalla Vecchia, adquiriu knowhall em empresas multinacionais líderes nos seus segmentos no setor industrial, de distribuição, de serviços e no varejo.

Em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico as empresas precisam cada vez mais de planejamento, organização e ações. Para fundar a empresa, Dalla Vecchia observou a existência de um “gap” de Práticas Comerciais, Estratégicas e Operacionais, realizadas por grandes organizações, frente às Práticas Comercias realizadas por empresas de menor porte, ainda com suas áreas comerciais não profissionalizadas ou mesmo sem gestão comercial específica.

“O grande desafio da Factura é demonstrar para estas empresas que, apesar do sucesso alcançado até o momento, a utilização das Melhores Práticas Comerciais pode aumentar ainda mais suas vendas e conseqüentemente seu faturamento, antes que a concorrência o faça”, diz Dalla Vecchia, resumindo o objetivo da empresa.

Para a Factura, comprovar o quanto a área comercial pode evoluir e torna-se proativa e autossustentável é o resumo de sua missão. “Transformar um departamento (Comercial), muitas vezes carente de investimentos e profissionalismo, mas fortemente exigido e cobrado, na locomotiva que puxa toda a organização rumo à conquista permanente de participação de mercado frente à concorrência”, explica o diretor.

Soluções comprovadas

Como exemplo do compromisso da Factura em traçar estratégias para a evolução do Comercial de seus clientes, é interessante citar o case de sucesso de uma indústria brasileira de produtos de bens de consumo, da categoria higiene e limpeza, produtora de marcas muito conhecidas e detentora, na época, de grande participação de mercado na grande São Paulo.

O primeiro passo neste caso foi identificar onde se encontravam os problemas. Entre eles, equipe comercial sem metas claras e objetivas, acomodada e desmotivada, sem treinamento técnico comercial, nem acesso formal a informações de mercado e concorrência. A empresa não tinha informações de mercado para ajuda na tomada de decisões e nos processos internos, não havia política de organização da carteira de clientes por equipe, por região nem por segmento.

A partir deste panorama, ações começaram a serem tomadas, como a criação da gerência regional, com atuação em todo território nacional, televendas com foco em produtividade.  No âmbito das informações de mercado, a empresa passou a comprar informações disponíveis sobre a principal categoria vendida de institutos de pesquisa renomados, e foi criada uma política para carteira de clientes por equipe, região e segmento.

Em suma, a Factura em conjunto com seu cliente, atuou nas causas dos problemas e conseguiram juntos efetivamente aumentar as vendas. Em três anos de trabalho e com a compra da principal concorrente conseguiu-se triplicar o faturamento da empresa e assim se consolidar como líder da categoria no mercado brasileiro.

Perspectivas

Sobre a situação do cenário econômico no setor industrial brasileiro atual, o diretor enxerga os rumores de desindustrialização como um momento de atenção. “O processo de invasão de importados, da forma como está ocorrendo, sejam eles bens de consumos duráveis e não duráveis, bem como matérias-primas, é fundamental na etapa do processo produtivo e permite o confronto de duas realidades totalmente distintas”, afirma o diretor.

Para ele, de um lado ficam os produtos brasileiros, no qual há o chamado “custo Brasil” (problemas de infraestrutura para escoamento da produção, carga tributária alta, maior taxa de juros do mundo, custos trabalhistas elevados, taxa de câmbio flutuante, entre outros), versus produtos asiáticos, que basicamente tem a seu favor tudo o que nossa indústria tem contra (excelentes modelos de escoamento de produção, baixa carga tributaria, leis trabalhistas pouco exigentes, câmbio fixo mantido artificialmente visando competitividade internacional, entre outros).

Contudo, o executivo crê que não ocorrerão grandes mudanças nas políticas macro econômicas brasileiras em 2011, já no comando da presidente eleita, Dilma Rousseff. Dalla Vecchia não ignora os desafios, citando a “queda da taxa de juros ao consumidor sem o aumento da inflação, bem como o controle do índice de endividamento da população e das empresas”.

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O evento reunirá cerca de 2 mil líderes empresariais nos dias 1º e 2 de dezembro

Como a indústria e o governo devem atuar para aumentar a competitividade das empresas, estimular o crescimento econômico e ampliar a renda dos brasileiros? Essas e outras questões serão debatidas no 5º Encontro Nacional da Indústria, evento que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizará nos dias 1 e 2 de dezembro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

Com o tema A Indústria pela Competitividade na Economia Brasileira, o encontro reunirá cerca de 2 mil líderes empresariais de todo o país, que discutirão propostas da indústria para a agenda nacional nos próximos quatro anos.   “O sentido de urgência dessa agenda é impulsionado pelos problemas recentes de perda de competitividade da economia brasileira, em especial por conta da valorização do real”, explica o diretor executivo da CNI, Jose Augusto Fernandes.

Ele destaca que a agenda da competitividade envolve 12 grandes temas: segurança jurídica, macroeconomia, tributação e gasto público, financiamento, relações do trabalho, infraestrutura, educação, inovação, comércio exterior, meio ambiente, burocracia e micros e pequenas empresas. “Neste momento, há três áreas que exigem maior atenção da indústria: a primeira é o sistema tributário; a segunda, a infraestrutura e a logística, e, a terceira, a questão do financiamento”, diz Fernandes. “A taxa de juros tem um efeito importante sobre a atração do capital, valoriza o real e tem impacto sobre a competitividade”, complementa.

Mais informações e inscrições no site http://www.encontrodaindustria.org.br/

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A Intercon 2011 – Feira e Congresso da Construção Civil, organizada pela Messe Brasil, de 5 a 8 de outubro, em Joinville/SC, deve crescer cerca de 10% em relação à edição de 2009, seguindo a tendência dos resultados do setor de construção no mercado nacional.

Focada na apresentação de serviços e lançamentos de produtos para todo o segmento da contrução civil, a Intercon é uma grande oportunidade para expositores de olho em ampliar a sua fatia de participação no mercado.

Conforme dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), em agosto de 2010, o faturamento total das vendas de materiais de construção no mercado interno cresceu 2,58% em relação a julho desse ano. O resultado de crescimento acumulado de janeiro a agosto de 2010 chega a 16,93%, comparado ao mesmo período de 2009. Em relação a agosto de 2009, o crescimento foi de 9,86%. O acumulado dos últimos 12 meses é 8,08% superior aos anteriores.

Segundo a avaliação da Abramat os resultados de agosto demonstram que o faturamento das vendas de materiais de construção no mercado interno continuam crescendo em relação a 2009, mas em ritmo menor que o observado no primeiro semestre, em função da base de comparação do segundo semestre de 2009 ter sido mais elevada em relação a do primeiro semestre.

Serviço

Intercon 2011 – Feira e Congresso da Construção Civil

Data: de 5 a 8 de outubro de 2011

Local: Expoville – Joinville/SC

Organização: Messe Brasil

Fonte: Messe Brasil

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Criada em 2008 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a MEI tem como meta até 2013 conscientizar 30 mil empresas para o desafio de inovar e realizar atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I).  Convênio de cooperação técnica e financeira na ordem de R$ 48 milhões pretende capacitar 15 mil empresas ao final de 2013.

Neste sentido, será lançado durante o evento da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) nesta sexta-feira (22), a partir das 9h, o Núcleo de Inovação Paulista, composto pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, Sesi e Senai-SP, Sebrae-SP  e Secretaria de Desenvolvimento do Gesp.

O objetivo é utilizar recursos na capacitação em inovação das indústrias presentes nos 15 Arranjos Produtivos Locais (APLs) atendidos atualmente pelo Projeto do BID (BID/Sebrae-SP/Fiesp/SD Gesp), atuantes nos seguintes setores: móveis; cerâmica; têxtil e confecção; artigos de cama, mesa e banho; calçados; jóias; artigos médicos-odontológicos; plásticos; etanol; petróleo e gás.

A estrutura de governança da MEI é composta por um Comitê de Líderes Empresariais e uma Secretaria Executiva, composta pelas instituições CNI, Sebrae, BNDES, MCT e ABDI. Além destes, há o Comitê Gestor Nacional da RNI, constituído por representantes da CNI, Sesi/DN, Senai/DN, IEL/DN, Sebrae/NA e CNPq.

Além dos representantes destas instituições, também comporão a governança do Núcleo Estadual o Comitê Empresarial da Inovação da MEI, formado por representantes das empresas: Natura; Brasilata; Embraer; Usiminas; Siemens; Vitopel; Grupo Ultra; Recepta Biopharma; Metalúrgica Fundex; MRS Indústria e Comércio; PPE Fios Esmaltados e Usina São Martinho.

Fonte: Assessoria de Jornalismo Institucional

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Procuramos reproduzir aqui a entrevista cedida ao Brasil Econômico, ao podcast da gestora de recursos Rio Bravo Investimentos, de Luiz Guilherme Schymura por sua relevância ao setor industrial.

O economista comenta o impacto da crise financeira na indústria mundial, além da concorrência que os produtos manufaturados do Brasil enfrentarão com a China durante os próximos anos na América Latina.

Confira os pontos principais desta entrevista:

A última carta do IBRE (que é publicada na Revista Conjuntura Econômica) debate se existe ou não um processo de desindustrialização da economia brasileira. Em primeiro lugar, desindustrialização é sempre vista como uma coisa ruim. Existe alguma circunstância em que ela pode ser um sinal de saúde econômica?

O processo de desindustrialização que aconteceu no Brasil até o ano de 2008 está em linha com o que vem acontecendo no mundo todo.

O setor de serviços cresceu muito por aqui, especialmente na medida em que o país começou a ficar mais rico. A tendência agora é que a população consuma menos bens e passe a consumir mais serviços. E isso tudo gera a desindustrialização.

A dificuldade que a gente tem hoje com relação ao Brasil de 2009 é tentar entender esse processo e averiguar se haverá ou não aceleração da desindustrialização, maior até que o resto do mundo.

Nós temos hoje um player importante a nível global: a China, que é um grande produtor de produtos manufaturados.

Nossas exportações deste tipo de produtos sofreram um baque com a crise – até porque o comércio mundial deu uma parada durante o final de 2008 e início de 2009 -, mas, na retomada, as nossas manufaturas não avançaram conforme o esperado ao nível anterior a crise.

Se nós fizermos uma análise mais detalhada da indústria brasileira, observaremos que o setor de manufaturas ainda está aquém do que se esperaria dele nesse momento de recuperação. Muito disso se deve à China, que está entrando nesse mercado.

Uma curiosidade é que nós exportávamos muitas manufaturas para os nossos parceiros da América Latina, e há fortes indícios de que o gigante asiático já começou a competir com o Brasil na região.

Hoje a gente pensa no PIB como agricultura, indústria e serviços. Essa divisão por categorias ainda é válida num mundo com uma economia tão diferente do que era, por exemplo, há 30 ou 40 anos atrás?

Esta é uma questão que temos que repensar no Brasil. Quando falamos em primarização da pauta de produção, de exportação, de produtos exportáveis e indústria, a impressão que fica é que o setor de agricultura é uma área muito pouca intensiva em capital. É uma área que possui mais mão-de-obra.

Nossa agricultura não tem inovações tecnológicas. Já a agricultura moderna, o agribusiness, é totalmente industrializado.

Um grande exemplo disso é que vemos atualmente apenas uma máquina e um ser humano controlando quase que a produção inteira de hectares e hectares de soja.

Nesse novo contexto, precisamos repensar um pouco o que significa a indústria que nós entendíamos antigamente.

Devemos compreender agora qual é a importância dessa indústria do passado, o que significa esse agronegócio e o que vai significar o setor de serviços neste novo cenário.

Enfim, eu acho que é uma discussão bastante interessante, bastante rica que nós vamos engajar brevemente.

Mas o que poderia ser colocado no lugar, por exemplo, dessas três categorias com as quais a gente lida até hoje?

Eu acho que ficaríamos mais com a discussão dos setores tradables (com produtos comercializáveis que, de modo geral, têm uma dinâmica independente, pois se complementam com o mercado externo, tanto na importação como na exportação) e não-tradables (produtos que, em face de suas características, têm pouca ou nenhuma viabilidade no comércio internacional. São denominados não-comercializáveis).

Perderemos um pouco o sentido dessa caracterização conforme mais tradable for a economia como um todo, incluindo o setor de serviços – o que pode acontecer num momento não muito distante.

Tradable e não-tradable, no fundo, é importante para que nós possamos entender a taxa de câmbio que, por sua vez, é a relação de preços dos produtos comercializáveis e dos não-comercializáveis.

Assim sendo, acredito que é esta separação que começará a fazer sentido, e que já faz sentido hoje em dia.

Vocês fizeram uma análise estatística de vários países para mostrar o que aconteceu no mundo entre 1970 e 2007. O resultado foi que diversas nações se desindustrializaram no sentido em que o setor de serviços cresceu, ou seja, houve uma diluição da participação da indústria nisso. A observação de 2008 pra cá é bem mais recente, mas os sinais empíricos que existem aí são de que o industrial brasileiro deva ficar preocupado?

Eu já começo a sentir um pouco isso e o setor de manufatura também. Não podemos esquecer o processo de crescimento da China de 10% ao ano – onde em três anos o Produto Interno Bruto (PIB) praticamente aumenta 50%.

Se nós imaginarmos a China de três anos atrás, o país era 2/3 do que é atualmente. Então, o impacto da China em 2007, em termos de comércio, era significativamente menor do que o atual. Na margem, já podemos dizer que a China afeta fortemente o mercado de manufaturas.

Os chineses importam minério de ferro e soja, mas eles são superavitários na balança comercial. O superávit deles vem muito das manufaturas, e vai vir também da produção e exportação de automóveis.

A China está ainda muito forte na parte de siderurgia, além de entrar também no fornecimento de equipamentos de telecomunicações.

Enfim, os chineses estão invadindo vários segmentos e, naturalmente, vão tomar um mercado que era cativo do Brasil aqui na América Latina.

Nós temos um estudo que desenvolvemos internamente. Uma professora fez um levantamento sobre quanto nós perdemos de mercado para a China entre 2005 e 2008. Ela calculou algo na faixa de US$ 5 bilhões.

Nós deixamos de exportar porque nossos produtos foram substituídos por manufaturas chinesas, e a tendência é que isso se intensifique, inclusive porque o PIB da China vem crescendo na faixa de 10% ao ano, seus produtos são competitivos e eles querem estar presentes no mercado latino-americano.

No tema de poupança, o governo Lula nos últimos anos abraçou a política industrial com uma intensidade crescente. O BNDES dobrou de tamanho, adquiriu participação em várias empresas e financiou uma série de aquisições. Existe um debate sobre se esse modelo de capitalismo de estado, que alguns chamam até de modelo chinês, é eficiente para a economia brasileira. O que você vê de oportunidades e problemas com esse modelo?

Eu não tenho uma preocupação tão grande com relação ao desequilíbrio das contas públicas. Acredito que isso é uma agenda já conquistada.

O processo hiperinflacionário já foi debelado. A inflação está sob controle. É bom sempre manter a atenção sobre as variações de preços, mas não devemos concentrar todo nosso pensamento nisso. Em relação ao equilíbrio fiscal que ocorre desde 1998, também considero uma conquista do governo.

Já sobre a questão do BNDES, embora tenham sido concedidos recursos significativos – algo na faixa de R$ 180 bilhões, isso é algo que não nos preocupa.

Se imaginarmos que essa conta não será paga, estaremos falando de uma dívida bruta da União que não chega atualmente a 70% do PIB.

O que nos preocupa um pouco é que os empréstimos do BNDES não têm a transparência que nós encontramos nos gastos públicos.

No processo de abertura da democracia, desenvolvemos um fato muito positivo: temos uma transparência nas contas públicas que é fantástica. O Brasil é um dos países mais transparentes em termos de contabilidade do setor público.

Então, gostaríamos que o BNDES deixasse de uma forma mais explícita as razões de um empréstimo ter sido concedido. Falta uma clareza melhor de que tipo de política de incentivo é aquela que está sendo implementada.

As vezes empréstimos são dados e não há uma explicação sobre o propósito do financiamento. Isso é importante para que possamos fazer um debate rico sobre diversas contas e despesas do governo.

Fonte: /www.brasileconomico.com.br

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Em busca de um sonho

Icone Gestão&Empreendedorismo | Por em 11 de dezembro de 2009

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José Arauto de Angelis sempre teve em mente abrir sua própria empresa. De Angelis  - 03-1991_baixaAos 16 anos, recém-formado técnico-mecânico e com curso em galvanoplastia, veio a primeira experiência: montou uma pequena oficina de conserto e niquelação de armas de fogo em um barracão no fundo da casa dos seus pais. Só que a convocação para o serviço militar, e a consequente falta de tempo para se dedicar ao trabalho, minou a investida. Todo maquinário acabou sendo vendido. Mas a veia de professor Pardal daquele guri metido a cientista não parava de pulsar.

Tanto que, em meados de 1985, um amigo pediu a ele que desenvolvesse uma máquina para corte e decape de fios – pormenor: a tal está em uso até hoje! Foi então que nasceu célula-máter da De Angelis, naquela pequena oficina, de 10 m2, que mantinha em casa para colocar em prática suas ideias.

Alguns anos se passaram entre um experimento e outro e, após se desligar de uma empresa na qual trabalhou por 20 anos como gerente industrial, passou a prestar consultoria e assistência técnica industrial, fazendo valer o desejo de sempre: ser seu próprio patrão. Logo foi contratado pela fabricante de fusíveis AMS com a missão de planejar, projetar organizar, dirigir e controlar a nova planta fabril de capacitores para ignição de automóveis.

Como os projetos das máquinas, ferramentas, dispositivos e aparelhos para teste executados em casa e produzidos ainda na pequena oficina deram certo, a vontade de gerir sua própria ganhou ainda mais força. Finalmente, em março de 1991 a De Angelis saiu da informalidade para ganhar o mercado em um galpão de 50 m², com sede na Capital paulista, no bairro Vila Morais.

O primeiro produto fabricado em linha, e em série, foi uma máquina para despontar e enrolar fios, a DP 150, cujas seis primeiras unidades foram vendidas para o mesmo cliente. Mas como nem tudo são flores, metade do valor acertado pelo pagamento não foi cumprido, o que criou uma lacuna financeira na De Angelis.

Mais uma vez a capacidade empreendedora e criativa de José Arauto o fez dar a volta por cima, criando um novo experimento que revolucionou a indústria da época: uma prensa de pequeno porte denominada Microprensa Excêntrica que pesava cerca de 30 kg e substituía uma máquina de 230 kg – a menor existente no mercado até então.

De lá para cá ainda há muito para contar. Hoje, a De Angelis tem sede própria, de 350 m2, continua sendo a única fabricante de microprensas no Brasil por deter a patente do projeto e José Arauto…bem…José Arauto continua inventando…

Veja abaixo entrevista completa sobre a De Angelis:

Revista P&S –  Quando a De Angelis foi fundada e por quem?
   
Denisson de Angelis – A De Angelis foi fundada em março de 1991 por José Arauto de Angelis ou, melhor dizendo, pela família De Angelis.

P&S – Conte com detalhes como a empresa iniciou suas atividades.

DA – José Arauto sempre quis montar sua própria empresa. A tentativa inicial veio com o desejo de colocar em prática as ideias do tempo em que ainda tinha 16 anos e era recém-formado técnico-mecânico – também tinha curso de galvanoplastia. Naquela época, montou uma pequena oficina de conserto e niquelação de armas de fogo em um barracão no fundo da casa dos seus pais. Oficina que esteve em produção até o momento em que foi convocado para o serviço militar e, não tendo tempo para se dedicar ao trabalho, achou por bem vender o maquinário. José Arauto é o que se pode chamar de professor Pardal, ou, em linguagem mais moderna, cientista.
A célula-máter da De Angelis teve início em meados de 1985, quando um empresário e amigo de José Arauto pediu a ele que desenvolvesse uma máquina para corte e decape de fios e que está em uso até os dias de hoje. A tal máquina foi desenvolvida em uma pequena oficina (a De Angelis informal) que ele mantinha para a elaboração de suas ideias.
Recém-desligado de uma empresa da qual era sócio minoritário, a Jamaica Ind. Eletr. e também gerente industrial durante 20 anos, sentiu a dificuldade de conseguir um emprego, aos 45 anos, apesar da vasta experiência profissional. Assim, passou a prestar consultoria e assistência técnica industrial.
Ao comunicar o amigo e empresário Albery Spínola, da fabricante de fusíveis AMS, sobre sua decisão de trabalhar como consultor, José Arauto acabou sendo contratado por ele com a missão de planejar, projetar, organizar, dirigir e controlar a nova planta fabril de capacitores para ignição de automóveis da empresa. Os projetos das máquinas, ferramentas, dispositivos, aparelhos para teste eram executados em casa e produzidos na pequena oficina informal de 10 m². Após o término do contrato e satisfeito com os resultados o objetivo de gerir a sua própria empresa ganhava força.
Acreditando na sua capacidade empreendedora, em março de 1991, a De Angelis sai da informalidade para ganhar o mundo num galpão de 50 m², com sede na Capital paulista no bairro da Vila Morais. O primeiro produto fabricado em linha e em série foi uma máquina para despontar e enrolar fios, a DP 150, cujas seis primeiras unidades foram vendidas para um mesmo cliente, que pagou apenas 50% do acordado deixando uma lacuna financeira que quase quebrou a empresa na época.
No entanto, como José Arauto sempre esteve à frente de seu tempo, meses depois desenvolveu uma máquina que revolucionaria a indústria na época: uma prensa de pequeno porte denominada microprensa excêntrica, que pesava cerca de 30 kg e substituía uma máquina de 230 kg (a menor prensa existente no mercado até então) com eficiência e eficácia. Tal máquina tinha total atrelamento à despontadeira de fios DA 150, pois após a preparação do fio atrás desta máquina seria necessário uma prensa para climpar os terminais ou qualquer outro tipo de incerto aplicado ao fio. Foi com essa visão que José Arauto avançou no aprimoramento dos projetos.
Vale ressaltar que a microprensa De Angelis ainda está em linha de produção. Mesmo tendo passado por várias inovações tecnológicas, desde seu lançamento, esteve na vanguarda perante o mercado por possuir vários sistemas de segurança, tais como: ser bimanual e totalmente construída em aço, ter sistema antirrepique e proteção total. No aspecto design, todas as máquinas fabricadas no Brasil eram pintadas de verde e a De Angelis inovou pintando de azul com duas tonalidades. Atualmente, esse equipamento está DE ANGELIS-DAI 2000_baixade acordo com a legislação de prensas vigente no Brasil.

P&S – Conte como ela se desenvolveu, ressaltando os bons e maus momentos.

DA – Em 1992, durante a crise provocada pelo Plano Collor, a De Angelis teve a primeira oportunidade de mensurar a sua capacidade de enfrentar desafios. Naquele cenário de alvoroço a empresa participou de uma feira de negócios, alugando o espaço de uma pequena bancada em um estande repleto de empresas renomadas. Mesmo com todo o amadorismo que compunha o “debute” da feira, a empresa obteve um grandioso sucesso, pois todos queriam conhecer os equipamentos, em especial a Microprensa Excêntrica, apelidada de “a pequena notável” em alusão à atriz e cantora Carmen Miranda.�
Antes do término da feira a empresa foi procurada pelo organizador do estande para que os produtos fossem revendidos em sua rede e lojas. Com as vendas em alta, pouco espaço, produção limitada foi necessário mudar de local. Dias após a feira, uma revista do ramo divulgou “a pequena notável” como destaque de capa.
Após a divulgação, uma multinacional passou a ser representante exclusiva dos equipamentos, o que motivou a primeira mudança de imóvel. O acordo comercial teve vida curta porque o suposto parceiro ideal para o desenvolvimento da De Angelis queria somente evitar que seus concorrentes comprassem as máquinas.
Passado alguns meses, a empresa foi procurada por programa de televisão voltado a pequenos empresários para compartilhar com os telespectadores e possíveis futuros microempresários sua experiência já que na época a moda era terceirizar e a De Angelis oferecia máquinas e ferramentas nas áreas de brindes, metalúrgica e eletrônica. Mais uma vez o sucesso culminou em altos índices de audiência. Com isso, a empresa conquistou o prêmio de empresa mais consultada. O resultado não podia ser outro e o sucesso na empresa havia chegado.
Dessa forma, iniciou-se nova mudança física, para prédio próprio de 350 m², e a primeira estrutural, onde se definiram os departamentos e as suas respectivas tarefas. Tudo exigiu muito sacrifício e dedicação, desde o cumprimento das metas a entrega dos pedidos no prazo. Tudo isso numa época em que não existia internet e que a informática ainda dava os primeiros passos.
Nos anos posteriores a empresa participou de várias feiras sempre obtendo ótimos resultados. Inicialmente os maus momentos se deviam à economia instável no Brasil e a partir da globalização essa instabilidade se tornou constante. Mas com criatividade a empresa passou por todas “sempre trabalhando com amor e acreditando em um futuro melhor”, diz José Arauto.

P&S –  A partir da empresa surgiram outros negócios? Fale a respeito.

DA – Ao longo dos anos surgiram várias oportunidades de expansão da linha de produtos e consequentemente ampliação dos negócios. Inicialmente a visão da empresa era manter uma linha de produtos composta por despontadeira de fios e microprensa excêntrica. Como a necessidade é mãe da criatividade, logo surgiram acessórios para a microprensa (e também aplicáveis a outros equipamentos), tais como alimentador pneumático e mesa giratória posicionadora. Em seguida foram lançadas para aplicação de terminais denominadas aplicadoras de terminais DA 2000. Observando com mais atenção, José Arauto descobriu mais um nicho de mercado fabricando máquinas para o ramo de couro: as minibalancins, cuja semelhança com as microprensas era grande, pois a finalidade de prensagem era a mesma mudando apenas algumas partes do equipamento. Junto com os minibalancins vieram as máquinas de hot-stamping para gravação em couro e E.V.A. Também foram elaborados vários projetos de máquinas especiais e a fabricação de inúmeros estampos e moldes. Recentemente, a De Angelis desenvolveu um produto para quem pratica o kartismo profissional e amador, que visa facilitar o funcionamento do microautomóvel.

P&S – Qual a posição da De Angelis no mercado hoje?

DA – A empresa continua sendo a única fabricante de microprensas no Brasil por deter a patente do projeto. No mercado denominado eletroeletrônico a De Angelis é líder em aplicadoras de terminais há quatro anos. Em 18 anos de existência foram mais de 1 900 equipamentos entregues. Mesmo com a entrada de produtos de baixo custo oriundos da Ásia, a De Angelis permanece no topo da lista da preferência do mercado em virtude da excelência na qualidade, assistência técnica, pós-venda e conformidade com a legislação vigente no País.

P&S – Quais os planos futuros?

DA – A visão da De Angelis compreende que em um período de 5 anos todas as empresas que possuem prensas convencionais e que necessitem de retrofit, em virtude da adequação à legislação, optem por adquirir uma microprensa da De Angelis.

P&S – A De Angelis é uma empresa empreendedora? Por quê?

DA – O departamento de vendas tem fundamental importância nesse item, pois ao atender os clientes procura encontrar soluções para os mais diversos problemas ainda que fora de sua linha de produtos.Visando sempre expandir o número de clientes, a empresa está sempre de portas abertas a novos representantes em todo território nacional.

P&S – Cite um exemplo que melhor retrata o empreendedorismo da De Angelis.

DA – Um bom exemplo é a associação recente da De Angelis à uma empresa de engenharia eletrônica para ingressar no ramo médico-hospitalar com um produto revolucionário. Com ele, a empresa espera abrir as portas desse promissor segmento e ser mais uma vez pioneira na fabricação de equipamentos.

P&S – Quais exemplos de gestão e empreendedorismo a De Angelis daria para quem deseja abrir uma empresa? E para quem já a tem e precisa torná-la produtiva?

DA – Nos dias atuais, em nossa opinião, conhecer o ramo de atividade escolhido, sua concorrência, seus clientes potenciais e ter perseverança, muita perseverança.

P&S – Qual é o modelo de gestão seguido pela De Angelis no que diz respeito à produção, funcionários etc?

DA – Como empresa de gestão familiar que é tem que se cuidar para que as relações de família não sejam afetadas pelas pressões do dia a dia. Para tanto, o dialogo é muito importante. Amizade, companheirismo, confiança, compreensão, crescimento intelectual e financeiro e trabalho em equipe tornam o ambiente de trabalho mais agradável e produtivo.

P&S – O que a De Angelis faz para se manter competitiva?

DA – A pequena empresa como a De Angelis tem a seu favor para competir com seus concorrentes – de multinacionais com preços aviltantes em razão do dólar até oficinas de fundo de quintal – a versatilidade profissional, atendimento pós-venda exemplar, competência e honestidade acima de tudo. “Cliente bem atendido tem confiança e vira amigo e, consequentemente, volta sempre”, explica José Arauto.

P&S – Fale de curiosidades que possam ilustrar a história de sucesso da De Angelis.

DA – O sucesso só é bom quando compartilhado e gosto de citar a história do amigo Edílson, que nos procurou acompanhado da esposa e filhos, um deles com deficiência motora, querendo comprar uma microprensa que havia visto na revista – e cujo recorte tinha em mãos – para ajudá-lo no trabalho terceirizado de aplicação de cantoneiras. Decidimos ajudá-lo e vendemos a máquina bem abaixo do preço. Na entrega fomos recebidos com festa pela família, colocamos a máquina no único lugar disponível, um criado mudo de casa.
Hoje, o Edilson tem mais de trinta funcionários e mais algumas microprensas De Angelis em sua empresa.

P&S – Os colaboradores participam nas idéias para melhorar processos e administração? Cite exemplos.

DA – Apesar de a De Angelis ter um alto índice de automação fabril, cada máquina, equipamento ou ferramenta é como se fosse uma obra de arte e que leva a assinatura de todos nós. E como não poderia deixar de ser, toda ideia, sugestão, aperfeiçoamento de método de trabalho é bem recebida e incentivada. O desenvolvimento das máquinas de um modo geral é pautado pelo conhecimento de toda a equipe.

P&S – O fundador da empresa tinha alguma empresa/pessoa inspiradora quando abriram o negócio?

DA – Todos sempre temos o nosso herói, guru, exemplo ou guia e não seria diferente para José Arauto. Ele teve muitas pessoas ligadas ao trabalho e à família, cujas lições foram muito importantes em sua vida e precisaria algumas páginas para nomear a todos. Mas a quem ele presta os agradecimentos sinceros é ao sr. Nicola Paulucci, que o ensinou quando adolescente, exemplificando o valor do trabalho honesto e perseverante. Graças a essa escola e por meio da sabedoria e vivência do seu fundador José Arauto, a De Angelis consegue solucionar 99% dos problemas que os clientes apresentam.

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O bombeiro de Osasco

Icone Gestão&Empreendedorismo | Por em 13 de novembro de 2009

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Domingos Colin Neto, dono da Maximicro Manutenção Industrial

Domingos Colin Neto, dono da Maximicro Manutenção Industrial

Detector ótico de faísca para ambientes fechados: por trás desse extenso nome técnico está um aparelho que cabe na palma da mão e traduz a essência do verdadeiro espírito empreendedor do brasileiro, composto por uma combinação de visão de oportunidade, disposição para inovar e coragem para ir atrás do sonho. O pequeno detector é o orgulho de Domingos Colin Neto, dono da Maximicro Manutenção Industrial, que, aos 67 anos, transformou a edícula de sua casa em Osasco numa oficina digna do Professor Pardal das histórias em quadrinhos. É ali que ele desenvolveu um produto que começou a nascer de uma necessidade da multinacional em que trabalhava e, hoje, se tornou a base de sua confiança em uma nova empreitada.

Segundo o empreendedor, o aparelho foi resultado de uma parceria estratégica: “Tudo aconteceu graças ao apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que, por meio do programa Sebraetec, do Sebrae-SP, deu forma final ao projeto, em 2008”. Mas a história é mais antiga e remonta ao período em que Colin Neto trabalhou numa indústria têxtil de Osasco. “A manipulação dos fardos de algodão é um processo complexo, em que as máquinas trabalham com muito atrito. Se houver um pedacinho de pedra ou metal misturado com o algodão, podem ser geradas faíscas que, quando sugadas para dentro da tubulação que transporta o algodão para as máquinas, causam focos de incêndio. Então decidimos criar um detector mais eficiente do que os sistemas anti-incêndio que existiam na época”, explica Colin. Em três anos, a equipe de engenharia desenvolveu o detector, para uso interno, mas logo depois a fábrica fechou e o projeto foi abandonado.

Ao se aposentar, Colin decidiu recuperar a ideia e transformar o detector num negócio próprio. Para isso, utilizou uma pequena empresa que havia criado em 1987, a Usimaig, que 12 anos depois se transformou na Maximicro. Colin chegou a fazer boas vendas, especialmente para indústrias têxteis, mas aos poucos os negócios foram minguando, até que, em 2007, ele percebeu que precisava dar novos rumos à empresa.

Ovo de Páscoa – “Eu já tinha conseguido um alto padrão de qualidade, sensibilidade, funcionamento e operacionalidade, mas precisava voltar ao mercado com um produto reestilizado e com medidas padronizadas, em condições de atrair clientes. Precisava de apoio em design e marketing. Resolvi então procurar o Escritório Regional do Sebrae-SP em Osasco. A partir do momento em que os consultores me ouviram e perceberam o potencial do produto, tudo mudou. Três meses depois eu estava dentro do laboratório do IPT e na USP”, conta Colin Neto. Em 2008, o empreendedor finalmente recebeu o protótipo do IPT: “Eu chorei de alegria. Era semana de Páscoa, e o novo aparelho parecia meu ovo de presente. Naquele momento já comecei a trabalhar para criar a infraestrutura de divulgação e o site da Maximicro.”

Os clientes preferenciais de Colin estão no setor têxtil, mas ele diz que o detector pode ser utilizado por indústrias de áreas como couro e móveis. “Meu produto se aplica a qualquer fábrica que manipule produtos inflamáveis em um tubo fechado, em ambiente escuro. O detector é sensível ao infravermelho, uma onda eletromagnética componente do espectro solar, que não enxergamos a olho nu. A faísca que precede o incêndio gera essa onda eletromagnética, que o semicondutor do detector enxerga dentro de uma tubulação ou num lugar fechado e manda um aviso para a central, que aciona os sistemas antifogo”, explica. Colin diz que duas multinacionais têm produtos parecidos, para detecção de fogo e fumaça,
mas não há nada tão específico como seu detector.

Já com a patente requerida do aparelho, site no ar e a publicação dos primeiros anúncios em revistas especializadas, Colin diz que está pronto para entregar ao mercado quantas peças forem necessárias: “Toda a infraestrutura de produção é terceirizada. Mando fazer fora a montagem das placas e as caixas. Assim, se precisar fabricar mil detectores em dois meses, eu consigo. Agora é marketing e divulgação, e também nessa parte estou tendo muito apoio do Sebrae-SP”. No início de 2009, o empreendedor já contabilizava a venda de um conjunto de detectores para uma indústria têxtil de São Carlos, interior de São Paulo, e concluía outro negócio em Blumenau, Santa Catarina: “Estou otimista, mas quero ficar com os pés no chão, muito cauteloso. Um amigo perguntou se eu não estava louco em começar um negócio desse na minha idade. Eu disse que não, que iria seguir em frente. É isso o que estou fazendo.”

N.R.: Este texto foi extraído do livro 99 Soluções Inovadoras, editado pelo Sebrae-SP

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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